O Ano em que os Sul-Mato-Grossenses se uniram aos Paulistas contra o Brasil

Imagem publicada no livro Um Homem de Seu Tempo. 2011. De Luiz Alfredo Marques Magalhães. «Síntese do sonho separatista», ilustração da área territorial e sua abrangência, com 12 municípios, população e produção do estado de Maracaju. Recolhida do site Cone Sul News. 

Em 1932, São Paulo declarou guerra ao Brasil. De 9 de Julho a 2 de Outubro, os Paulistas se debruçaram num conflito em busca da reconstitucionalização do país e do retorno da autonomia perdida após o Golpe de 30. Mas o que poucos sabem é que não só os paulistas deram muito de si por essa causa. A Nação Paulista teve a ajuda do atual Mato Grosso do Sul, um dos nossos maiores aliados até hoje.

Assim, em 10 de Julho de 1932 é criado o estado de Maracaju. A esperança não era apenas devolver a ordem ao país, mas garantir apoio paulista para a criação oficial de um estado ao sul, longe do controle de Cuiabá. A aliança entre ambos seria fértil e duradoura, apesar da derrota.

Foto de combatentes maracajuenses publicada no livro «Um Homem de Seu Tempo», 2011. De Luiz Alfredo Marques Magalhães. Recolhida no site Cone Sul News.

Dotado de apenas 250 mil habitantes, Maracaju se destacava pela produção de erva-mate, couro, madeira, café, gado e por uma extensa agricultura, o que o fazia um aliado muito importante para São Paulo.

A capital escolhida para a nova unidade política foi Campo Grande, no centro do estado. A sede do governo ficava na Loja Maçônica Oriente Maracaju, hoje parte do Patrimônio Histórico do município.

Palácio do Governo do Estado de Maracaju. Hoje Loja Maçônica Oriente Maracaju. Foto de Eventos Fundac

No lugar há uma placa relembrando o episódio de valentia dos sul-mato-grossenses, que atualmente desconhecem em sua maioria essa parte da história.

Outrora, essa grande região era habitada pelos valentes guerreiros guaicurus, indígenas que andavam a cavalo e aterrorizavam aqueles que tentavam tomar suas terras. Os sul-mato-grossenses em 1932 mostraram que aprenderam muito com eles, juntaram o aprendido à valentia Bandeirante (como legítimos descendentes deles) e fizeram o possível para conseguir sua autonomia e defender sua terra. 

Uma mostra de destemor como essa não pode jamais ser esquecida e é nosso dever moral lembrar que tudo isso é a mostra de que nossos povos estão entrelaçados numa amizade inquebrantável. Unindo forças, somos mais fortes. Vida longa aos Sul-Mato-Grossenses! Vida longa aos Paulistas! Vida longa à Paulistânia!

Por Lucas Pupile

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