sábado, 7 de abril de 2018

9 Pontos Turísticos de Campinas

Campinas é uma cidade linda, isso é fato. Historicamente é uma das nossas capitais culturais e guarda muita importância dentre as cidades paulistas. Além disso, é a maior, mais desenvolvida e globalizada cidade fora da Região Metropolitana de São Paulo.

Cidade de Campinas vista do alto.
Em homenagem a essa grande metrópole, separamos 9 de seus muitos pontos turísticos. Confira-os e visite-os!

1. Estação Cultura

A Estação Cultura pelas lentes de @bymadsu.
A estação foi inaugurada em  1872, época em que Campinas era a cidade mais importante da então província de São Paulo, pra servir à Companhia Paulista de Estradas de Ferro. Hoje funciona num prédio diferente de quando foi inaugurada. O prédio antigo foi demolido em 1889, pois havia sido avariado por um formigueiro que existia debaixo de suas fundações. Foi transformada num centro cultural em 2002, menos de um ano após a saída do último trem de passageiros. A data escolhida foi 11 de agosto pra coincidir com os 130 anos da viagem inaugural entre Campinas e Jundiaí.

2. Catedral Metropolitana

A Catedral num dia de sol. Imagem de @caduphotograph.
Inaugurada em 1883, também na Era de Ouro Provincial Paulista, período entre o fim do século XIX e o início do século XX, o tempo foi dedicado à Nossa Senhora da Conceição. A construção se iniciou em 1807 e demorou 76 longos anos devido a acontecimentos históricos que necessitaram da força de Campinas, como a Revolução Liberal de 1842.

Altar lateral direito da catedral. Foto de Daderot.
A obra contou com vários arquitetos, o que a faz ter elementos de vários estilos. Um dos arquitetos mandou trazer da Bahia um grupo de entalhadores exclusivos, motivo pelo qual o interior da Catedral é do estilo barroco baiano. A fachada originalmente seria barroca, depois neoclássica, depois neogótica. O arquiteto da fase final foi o paulistíssimo Ramos de Azevedo, que tratou de retomar o estilo neoclássico que permanece até hoje. Foi também ele o responsável por dotar o santuário de iluminação a gás, uma novidade pra época.

Ilustração da Catedral em 1878. Domínio Público.
Seus sinos, após mais de uma década silenciados pelos párocos, não deixaram de tocar e inspirar a fé da população nenhum dia desde 1883, nem durante as horas mais negras de 1932, quando a cidade era bombardeada.

3. Parque Taquaral

Foto em que é possível ver a Lagoa do Taquaral. Autoria de @nahlmeida.

O nome oficial do recinto é Parque Portugal, mas o bom campineiro chama mesmo é de Taquaral. Mesmo datado de 1915, a estrutura em si apenas foi oficialmente inaugurada em 1972 a partir da execução do projeto do prefeito Orestes Quércia. O parque é o mais famoso de Campinas e seu nome é uma homenagem aos luso-descendentes da cidade. Conta hoje com uma lagoa, uma concha acústica, uma linha de bonde elétrico, pistas de caminhada, um planetário, uma biblioteca, dois museus, um cartódromo, além de quadras pra diversos esportes e uma réplica da Caravela Anunciação, a nave usada por Pedro Álvares Cabral em sua primeira viagem à Índia.

Vista do parque com a caravela. Foto de @jessicaoriginal.

4. Jockey Club

O Jockey Club. Foto do blog Restaura Campinas.

Localizado na Praça Antonio Pompeo, 39, no Centro de Campinas, o prédio do Jockey Club Campineiro data de 1925 e, segundo a inscrição de tombamento, «segue o estilo eclético, com características art nouveau e elementos neorrenascentistas».

Fachada do prédio. Foto de @heliopavan.

Fachada do edifício. Imagem do site Radissonred.
Sua construção ocorreu, como diz o nome, pra abrigar o clube que promovia as corridas de cavalo em Campinas, bem como os eventos sociais da alta sociedade campineira. Após o fim das corridas na cidade, em 1974, o prédio passou a abrigar também um cartório, um restaurante e uma casa noturna.

5. Escola Preparatória de Cadetes de Campinas

A Escola Preparatória de Cadetes do Exército em Campinas é responsável por preparar homens e mulheres para ingressarem na Academia Militar das Agulhas Negras, no Rio. Sua colocação nessa postagem não é devido a isso, porém.

Escola Preparatória de Cadetes do Exército. Foto de Cidade e Cultura.
A escolha da escola se deu por seu edifício, e não por sua função, já que repudiamos a ocupação brasileira em São Paulo.

Iniciado em 1944, o projeto foi da autoria do engenheiro-arquiteto Hernani do Val Penteado e é um dos poucos edifícios em São Paulo que segue o estilo colonial espanhol. 

Vista do repositório de água em frente à escola. Foto de Rosefigdo.
Pintado de salmão, o prédio se assemelha a um forte espanhol e tem detalhes brancos, tal como as primeiras construções coloniais da coroa de Castela na América. Ainda contém obras de arte, como pinturas e esculturas, em seu acervo.

6. Torre do Castelo

A Torre do Castelo. Foto do site O que fazer em sua viagem.
A torre de 27 metros foi construída no fim dos anos 30 no estilo Art Deco. Quando construído, representou um grande avanço na expansão campineira. Na época da construção, a região era quase que inabitada e possuía ruas de terra! Em cada uma das suas seis amuradas existem informações sobre a região avistada daquele local. Ainda é possível ver a cidade de Jundiaí a partir do mirante.

Amurada a sul-sudoeste: vê-se a Avenida Andrade Neves, o Botafogo no fundo do vale, o Centro em seguida. No início da avenida, está a antiga estação ferroviária e próximo dali, a moderna rodoviária, além de vários bairros da Região Sul (Parque Prado, São Bernardo, etc.). Foto de @fasouzafreitas.

7. MIS Campinas

Palácio dos Azulejos. Foto de Cidade e Cultura.

O Museu da Imagem e do Som de Campinas é uma instituição pública que visa preservar e mostrar ao público áudios, vídeos, músicas, negativos, slides, discos, fitas e objetos relacionados à história e à cultura de Campinas. Periodicamente, o museu realiza cursos gratuitos, palestras e exposições, incentivando a educação patrimonial na cidade. 

O interior do palácio. Foto de Cidade e Cultura.
É sediado no Palácio dos Azulejos, um edifício datado de 1878, construído se utilizando de várias técnicas arquitetônicas, dentre elas a taipa de mão e de pilão características das residências paulistas de então. Na parte superior, é decorado com azulejos portugueses que dão um toque ibérico ao prédio, além de lustres franceses e cristais belgas pras janelas.

8. Parque Ecológico de Campinas


Tulha do Parque. Foto de Raphael Henrique Nogueira.
Oficialmente nomeado Parque Ecológico Monsenhor Emílio José, o lugar fica no leste de Campinas. A área de 110 hectares teve como projetista o urbanista Burle Marx, que fez a adequação do local. Inicialmente propriedade do Governo de São Paulo e, posteriormente, propriedade conjunta do estado com a prefeitura, o parque é desde 2013 de inteira responsabilidade da cidade de Campinas.

O casarão do parque. Foto de Raphael Henrique Nogueira.
Conta com quadras poliesportivas, área de brincar e de fazer piqueniques, estacionamentos e também com o Museu Histórico Ambiental. Nos domingos costuma receber uma feira de produtos orgânicos.


9. Bosque dos Jequitibás

Panorama do Bosque. Foto de Carlos Bassan.

Anteriormente chamado de Campo das Caneleiras, o Bosque dos Jequitibás é um dos mais antigos pontos de recreio da cidade. No século XIX, a área pertencia a Francisco Bueno de Miranda, que resolveu transformar o local num parque pra usufruto da população. Foi o arquiteto Ramos de Azevedo que adaptou a área ao conceito de jardim inglês ao adicionar ao parque um restaurante, um chalé e outras construções.

O interior do parque pelas lentes de Raf Ferreira.
A região foi comprada pela prefeitura em 1915 e hoje recebe mais de um milhão de visitantes anualmente. Além de tudo, conta com 2,33 hectares de mata atlântica nativa, com o Aquário Municipal, com a Casa do Caboclo (moradia caipira ancestral edificada em pau-a-pique), com um minizoológico, com um teatro infantil e com o Museu de História Natural de Campinas.

Por Lucas Pupile

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

10 Curiosidades Históricas de Santos

Santos é uma das cidades mais antigas da Nação Paulista. Em seus tempos de jovem, a então vila serviu como importante porto da capitania, suplantando São Vicente devido à sua posição mais segura na ilha de mesmo nome.



Dela também partiram Bandeiras e Entradas, algo retratado nos vitrais do Palácio Saturnino de Brito nos dias de hoje.
Vitral retratando as Bandeiras Paulistas, Palácio Saturnino de Brito, Santos. Autoria de Conrado Sorgenicht Filho.
Porém, isso é assunto pra tratar em outra ocasião, pois merece um artigo próprio. Hoje, trazemos 10 curiosidades históricas da cidade em ordem cronológica. Confira!

1. A CIDADE COMEÇOU COM UM... HOSPITAL 

Matriz colonial de Santos, por Benedito Calixto.
Santos se iniciou com o povoado de Enguaguaçu, no norte da ilha de São Vicente. A vida da aldeia girava em torno do plantio até 1543, quando Dom Brás Cubas conseguiu que o porto da capitania fosse transferido pro vilarejo. Por causa disso, também se engajou na construção de um hospital, apenas 45 anos após os Atos de Misericórdia de Lisboa, sendo o primeiro da América, pra dar assistência aos enfermos, inválidos e expostos, a Santa Casa de Misericórdia de Todos os Santos de Enguaguaçu, de onde, segundo a tradição oral, provém o nome da cidade. A elevação à condição de vila veio dois anos após, em 1545.

2. FOI SAQUEADA POR PIRATAS

 Cartão postal de João Emílio Gerodetti e Carlos Cornejo, no livro Lembranças de São Paulo. Imagem do blog Cafepasa.
Os ataques piratas eram comuns no litoral paulista nos primeiros séculos de habitação da região, numa época em que as relações entre a Inglaterra, os Países Baixos e a Espanha eram as piores possíveis. Em 1615, piratas holandeses chegaram à vila com o objetivo de saquear tudo. A população, desesperada, sabendo que os piratas acabavam com a vida de todos sem maior pudor, refugiou-se nas igrejas. Porém, os piratas eram protestantes e não respeitavam o princípio do solo sagrado e destruíam os templos e imagens. Sendo assim, Bartolomeu Fernandes, filho do Mestre Bartolomeu, guiou centenas de pessoas pro Morro do Desterro. Chegando lá, retirou uma rocha e mostrou os túneis que ele e seu pai estavam construindo já havia décadas. Eles davam até a região da Nova Cintra (na época, Tachinho), onde seria possível seguir até São Vicente a pé.

Em Santos, a capela da Santa Virgem de Montserrat, cuja imagem acredita-se ter sido levada por São Lucas até o Monte Serreado da Catalunha.
Temendo pela vida, a multidão fervorosa começou a rezar para a Virgem Negra, Nossa Senhora do Montserrat, padroeira da Catalunha. Havia uma capela em homenagem a ela no Morro do Desterro e acreditava-se que ela os protegeria por ser a detentora do morro. Como que por milagre (talvez pela vibração do morro), houve um deslizamento e o túnel foi bloqueado. A tripulação de Spilbergen, o capitão-pirata, não pôde ceifar aquelas vidas e nunca entendeu como a quase totalidade dos habitantes havia desaparecido.

Esse foi considerado o primeiro milagre da Virgem Negra em Santos, fazendo com que ela substituísse Santa Catarina de Alexandria como padroeira e também que o morro passasse a se chamar Monte Serrat, em honra ao Monte Serreado que fica a 50 km de Barcelona.

3. FOI LAR DE DUAS FIGURAS IMPORTANTÍSSIMAS PRA PRÓPRIA ÉPOCA

Bartolomeu de Gusmão, por Benedito Calixto, 1902.
Joris Van São dois membros da família Gusmão. O primeiro deles, Bartolomeu, foi o verdadeiro inventor do aeróstato/balão de ar quente. O segundo, Alexandre, foi o responsável por assegurar a legitimidade das terras conquistadas pelos Bandeirantes, estabelecendo em 1750 o Tratado de Madrid - que substituiu o Tratado de Tordesilhas - em negociações com o monarca espanhol da época, Fernando VI. O tratado, baseado no princípio do uti possidetis, ita possideatis, que garante a posse da terra pra quem verdadeiramente a ocupa. Graças ao diplomata, o Reino de Portugal deu o primeiro passo para cessar as contendas com a Espanha acerca do território sul-americano.

4. E TAMBÉM DO PATRIARCA DA INDEPENDÊNCIA

Retrato de José Bonifácio de Andrada e Silva, pintado por Benedito Calixto em 1902.
Os irmãos Andrada, dentre eles José Bonifácio, nasceram e viveram em Santos. Os três foram os principais responsáveis pela independência do Brasil em relação a Portugal. Foi José Bonifácio que guiou o príncipe regente a romper politicamente com a antiga metrópole e conduziu a formação do país, servindo como figura ativa no segundo reinado. Embora amigos no início, a família rompeu com o imperador quando este deu um golpe e encerrou a constituinte em 1823, no episódio conhecido como a Noite da Agonia. Pra provocar os Andradas, Pedro I nomeou sua principal concubina como Marquesa de Santos.

5. ALÉM DISSO, LUTOU ATIVAMENTE CONTRA A ESCRAVIDÃO

Matéria n'A Tribuna sobre o Quilombo do Jabaquara e Quintino de Lacerda. Foto da Irmandade São Benedito.
A cidade abrigava o quilombo do Jabaquara, um dos maiores da América Portuguesa, instalado nas terras de Quintino de Lacerda, um negro alforriado que foi voz ativa no movimento de resistência à escravidão. O local chegou a servir de morada pra 10 mil escravos fugidos das regiões cafeeiras do resto de São Paulo. A escolha de Santos se deu porque os moradores eram engajados em promover a liberdade, no início acolhendo negros fugidos em suas próprias casas, depois os refugiando em quilombos, até a abolição santista em 1886, quando os esforços se concentraram na resistência ante aos escravagistas da capital do Império e de outros locais do Brasil.


6. NO SÉCULO XIX SOFREU IMENSAMENTE COM PRAGAS E DOENÇAS

Rampa do Porto do Bispo, em Santos, em 1900. Tela de Benedito Calixto.
Por ser uma cidade portuária, Santos recebia navios e pessoas de todos os lugares do mundo. Além disso, pragas - como ratazanas, baratas e escorpiões - inundavam a cidade, que reside em um manguezal, portanto alagável. Pra resolver o problema, em 1900, começaram a ser executadas as obras de drenagem, que resultaram nos canais de Santos. Os urbanistas responsáveis foram Saturnino de Brito e Miguel Presgrave. Além da diminuição das pragas e doenças, os canais embelezaram a cidade e deram origem à divisão em zonas, nomeadas pelos moradores de acordo com o número/nome do cana.

7. JÁ NO SÉCULO XX PROSPEROU COM O CAFÉ

Carte Générale de l'État de São Paulo, obra do Comissariado Geral do Governo de São Paulo em Bruxelas, 1910.
Enquanto detentora do principal porto da província, Santos servia pra que se escoasse o café do maior produtor do mundo, São Paulo, que detinha mais da metade da produção do planeta, e também das partes meridionais da América Portuguesa, como Minas e Paraná. Em 1922, foi inaugurada a Bolsa do Café, local onde havia os pregões que definiam o preço e a venda do café. Graças a essa reformulação do porto pra que fosse capaz de despachar tanto café, ele se tornou o porto mais importante e movimentado da América Latina.

8. NÃO SÓ LUTOU CONTRA A PIOR DITADURA DA HISTÓRIA BRASILEIRA, A DE VARGAS


Cerca de três mil santistas se alistaram pra combater por São Paulo, contra o ditador Getúlio Vargas em 1932, sendo também importante pilar do sustento da Revolução Constitucionalista devido à grande presença da população na Campanha do Ouro. Infelizmente, o ditador conseguiu fazer o bloqueio do principal porto dos paulistas, sendo esse o também o mais berrante motivo da nossa derrota. Hoje em Santos há diversas homenagens à bravura da população, dentre elas a Fonte 9 de Julho e o memorial da Revolução de 1932.

9. COMO TAMBÉM PERDEU A PRÓPRIA AUTONOMIA DURANTE O REGIME MILITAR

Povo festejando a volta da autonomia santista em 1984 em foto d'A Tribuna, via Novo Milênio.
A cidade, por sua posição estratégica enquanto principal porto do país, havia perdido sua autonomia em 1930, com a extinção do legislativo. A volta desta ocorreria em 1936. Porém, os militares de 1964 também anularam a independência da cidade quando a enquadraram como área de segurança nacional. Assim, ficavam inválidas as liberdades individuais, os princípios constitucionais e a legislação civil. O fim da repressão ocorreria apenas em 1984, após intensos protestos e apelos ao governo central.

10. CONTUDO PERMANECE SENDO UM DOS PILARES DA CIVILIZAÇÃO PAULISTA

Panorama de Santos, por Roberto Smera, via Cidade de Santos.
Não se pode negar o papel importante de Santos na História Paulista. A cidade ajudou a conceber e moldar a Nação, atando-se de tal forma a ela que não é possível pensar num São Paulo sem Santos ou numa Santos sem São Paulo. Esse papel de protagonista é mantido ainda hoje, fazendo-nos pensar que seus cidadãos ainda vão cumprir muitas missões mais pela Civilização Paulista. Que a garra santista seja eterna!

Referências: 


A Tribuna
Da Praia de Santos
Novo Milênio

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

São Carlos, a Capital Paulista da Inovação e Tecnologia


Foto 1: Centro da cidade com destaque para a Catedral. Foto 2: Palacete Conde do Pinhal, por Niels A. Sorensen. Foto 3: Estação Ferroviária de São Carlos, pelo IBGE. Foto 4: Museu da TAM, por. Foto 5: Praça Coronel Salles, pelo Trip Advisor. Foto 6: Cachoeira do Monjolinho, pelo G1.

Com uma população estimada em 241 mil habitantes, São Carlos é uma das maiores cidades de São Paulo, com um IDH semelhante a países europeus. Relativamente recente, foi fundada em 1857, na beira do caminho que ligava São Paulo até as minas de ouro no Mato Grosso, tornando-se vila em 1865. Com a chegada da ferrovia, iniciou-se um crescimento estrondoso, tornando-se cidade em 1880, com o nome de "São Carlos do Pinhal", depois encurtado para o atual.

A partir dos anos 60, a cidade começou a se consolidar como um novo pólo tecnológico, industrial, educacional e agronômico do país, contando com grande produção de cana de açúcar, soja, leite e frango. No setor de educação, conta com a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), um campus da USP, IFSP, FATEC e UNICEP, que juntos somam quase 30 mil alunos.

Sede da famosa e histórica Fazenda Santa Maria do Monjolinho: passado da tradição cafeeira ainda ecoa por sua zona rural. Créditos da foto: Wilson Houck Jr..

Conhecida como "Capital Nacional da Tecnologia", São Carlos possui uma taxa de 1 pesquisador PhD para cada 180 habitantes, sendo que a média nacional é de 1 para cada 5423 pessoas. Também registra uma grande quantidade de patentes: 14,5 patentes por 100 mil habitantes a cada ano. Tal desempenho é proveniente não só das faculdades, mas também de mais de 200 empresas de alta tecnologia e pesquisa que tem sua sede do município, como a Tecumseh (compressores herméticos), Opto (equipamentos óticos e eletroeletrônicos), Leica Geosystems (robótica e alta tecnologia), Sixtron e Amdocs. Possui centros de pesquisa como a Embrapa, CEAT, Citesc, e dois parques tecnológicos.

No setor industrial, tem destaque a fábrica da Faber-Castell, a maior do mundo, produzindo anualmente mais de 1,5 bilhão de lápis de cor (3/4 da produção mundial da empresa) e cosméticos para as empresas Natura e Avon. Também merecem citação as fábricas da Eletrolux (lavadouras de roupa, freezers e fogões), Latina (eletrodomésticos e ventiladores), Engemasa (materiais metálicos), Apramed (equipamentos médicos), Husqvarna (ferramentas) e Prominas (equipamentos para construção e limpeza). Também é sede da Volkwagen Motores, que produz dezenas de modelos diferentes, sendo a terceira maior do mundo do grupo. Tem também um importante setor têxtil, representado pelas tradicionais Toalhas São Carlos e Tapetes São Carlos, além da Papel São Carlos, produtora de papel, e do Centro Tecnológico e de Manutenção da TAM, um dos principais do mundo.

Tal desempenho coloca São Carlos no top 20 das cidades mais inovadoras do Brasil, na frente de nada menos que 17 capitais brasileiras. Possui diversos pontos turísticos, com destaque para o Museu da TAM, onde estão expostos quase 90 aviões que contam a história da aviação nacional (sobretudo paulista), e as construções históricas como o Palacete do Conde do Pinhal (uma das pessoas mais influentes da história da cidade) e a estação ferroviária (onde se localiza o museu municipal).

Região da Vila Prado, com suas retas, limpas e relativamente largas, com um mar de telhados vermelhos e casas bem coladas à calçada: um bairro tipicamente paulista. Créditos: Jacira Iadocicco.

Com toda a sua força econômica e educacional, além de sua extrema organização e constante progresso, São Carlos demonstra toda a potência de nosso interior e a força do povo paulista. Passando pela região araraquarense, não deixe de visitar a cidade!

Por Thales Veiga.

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

O Formidável Caminho do Peabiru, estrada ancestral que ligava o Atlântico ao Pacífico

Há muitas coisas que fizeram parte da vida dos nossos antepassados, mas que pouco ou nada conhecemos. No caso de São Paulo, cuja história colonial vem sendo aos poucos redescoberta e enriquecida, esse fenômeno acontece muito mais frequentemente.


Já falamos aqui do componente judaico entre os pioneiros paulistas, da expansão da nossa cultura pelo continente, das vestes antigas e dos Bandeirantes, que podem ser encaixados no grupo de maiores exploradores da história humana.

Porém, algo ainda mais impressionante são as ligações entre os indígenas de São Paulo e a Civilização Inca, algo que permaneceu mesmo após a chegada do homem branco. O fato é que havia uma estrada que ligava São Vicente até o Império Inca. Seu nome era Peabiru, tupi para «Caminho do Gramado Amassado».

A estrada, descrita detalhadamente, entra para a historiografia europeia pela primeira vez em 1697, no livro «Historia de la conquista del Paraguay, Rio de la Plata y Tucumán», escrito pelo jesuíta Pedro Lozano. Mas a nomenclatura «Caminho do Peabiru» já era usada em São Vicente antes mesmo de Portugal tomar posse oficialmente dessas terras e oficializar a vila.

Rotas do Peabiru. Em Azul, territórios outrora pertencentes à Capitania de São Vicente/São Paulo.

Considerando-se que a atual Cubatão era o ponto de início, a via partia daí (podendo se conectar a São Vicente por barco), subia pelo vale do rio Mogi para chegar a São Paulo, Itu, Sorocaba e então cortava o Paraná, parte do Mato Grosso do Sul, até chegar no Paraguai e depois na Bolívia, onde prosseguia até Cusco. (SOLARI, 2010)

Nos trechos paulistas, paranaenses, sul-mato-grossenses e paraguaios a estrada era basicamente um trecho de mata cortada com a terra batida, de modo que, para evitar alagamento, o chão era forrado com gramíneas que impediam o crescimento do mato alto e evitavam embarramento do caminho. A partir da Bolívia, o caminho era parte das sofisticadas estradas incas.

Adicionalmente, ramais se conectavam à estrada principal. Os mais importantes eram os que partiam de Cusco até Tacna e regiões limítrofes, os que partiam de Cananeia, os que partiam do oeste de São Paulo, a partir do rio Paraná, e que interligavam todo o interior paulista, e os que partiam de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, e os que ligavam Potosi até a estrada principal, porém havia muitos outros. (SOLARI, 2010)


Estrada Inca pavimentada nos Andes Bolivianos. Foto de JCraft5.
A origem dessa impressionante estrada ninguém sabe, realmente. Os guaranis e tupiniquins acreditavam que havia sido construída por uma entidade chamada Sumé, que chegara caminhando sobre as águas e ensinara muito a esses povos, abrindo o caminho rumo ao interior e chegando até os Andes, onde interagira com os incas e em seguida se retirara para não mais voltar. Mas uma das hipóteses mais aceitas pela História diz que foram ou índios guaranis, tupis ou jês (o pesquisador Igor Chmyz aponta que os jês estavam por aqui 2 mil anos antes dos guaranis, por isso há maior chance de terem sido os autores) que criaram caminhos que, unidos, formaram o Peabiru. Outra diz que foi feita pelos incas para espalhar sua cultura pelas terras de Pindorama, porém, embora o intercâmbio cultural tenha ocorrido, seu maior uso teria sido o comércio.

Guaranis de São Sebastião. Sua cultura continua viva no litoral paulistas, mas os nativos ainda sofrem em meio aos avanços urbanos e é evidente o conflito entre o modo de viver ancestral e o modo de viver da Civilização Paulista. Foto de http://girlsonboard.tumblr.com.
Ao contrário do que possa pensar o senso comum, os indígenas se utilizavam do comércio antes da chegada dos europeus no continente. E o Caminho do Peabiru era usado para tal. Por conectar várias nações pré-colombianas, a estrada era animada por intensas rotas comerciais. Os índios litorâneos forneciam sal e conchas decorativas, enquanto os do interior forneciam feijão, milho e penas de aves (como tucanos), enquanto que os incas alimentavam o comércio com objetos de cobre, bronze, prata e ouro. Como comprovação dessas trocas, há um machado andino de cobre descoberto em Cananeia.

Além do machado andino e do gado, as culturas partilham certos artefatos e palavras. Acerca deles, cita a Revista Nova Democracia, separando-os por área de conhecimento:

• Na astronomia: os meses do ano são relacionados à lua (Jaci, em tupi-guarani e Killa, no idioma quíchua, falado pelos incas).
• Na estatística: o ainhé (cordão de cipó guarani) é semelhante ao quipu (cordão com nós, dos incas, usado para contagem).
• Na música: grupos guaranis adotaram a flauta de pã dos Andes.
• Nas armas: a macaná guarani (clava, borduna) é muito parecida com a maqana dos incas.
• Na denominação de fauna, flora: sara (espiga, em guarani; milho em quíchua); cui (animal roedor, nos dois idiomas); jaguar, jaguara (felino, nos dois idiomas); mandioca (guarani) e ioca ou iuca (quíchua), suri (ema, nos dois idiomas).

Resultado de imagem para antara andes
Flauta de pã dos andes em anúncio no Ebay.
Ainda convém citar que, por todo o percurso, havia marcações astronômicas que indicavam solstícios, equinócios, pontos cardeais e constelações. Os indígenas da América Portuguesa eram conhecedores da astronomia e da cartografia. Sérgio Buarque de Hollanda (2017) diz que os mapas indígenas feitos no próprio solo possuíam um luxo de minúcias, como quedas d’água representadas por círculos, rios irregulares representados por linhas quebradas ou por um desenho semelhante a um saca-rolhas, plantas locais detalhadamente desenhadas exatamente onde eram abundantes, afluentes cuja extensão é representada exatamente como se verifica e montanhas cujo formato era fielmente reproduzido nos desenhos. E foi graças a essa cartografia desenvolvida que o europeu conseguiu percorrer e se estabelecer em todo o continente.

Os Bandeirantes, por exemplo, além de terem aprendido com os índios a se guiar pela mata, a identificar animais, a reconhecer a flora comestível, a andar mais rapidamente e seguramente pelo sertão, além de ocultar seus passos etc., também adotaram durante as Bandeiras os caminhos ancestrais usados pelos indígenas. Posteriormente, principalmente em São Paulo, esses caminhos deram lugar a rodovias e ferrovias, como Sorocabana, Mogiana, Paulista e Noroeste, tal a ligação que se estabeleceu entre eles e os Paulistas.

O historiador Jaime Cortesão diz ainda que foi via Peabiru que os Bandeirantes chegaram até os Andes, interagindo com a cultura da região, isso já no século XVII. Uma das mais marcantes experiências foi a de Raposo Tavares na sua Bandeira dos Limites, em que percorreu o interior do continente, chegando aos Andes e seguindo para Belém do Pará até voltar para São Paulo, calcorreando uma distância maior que a percorrida por Marco Polo desde Veneza até a China.

Há muito ainda por descobrir, não só dos séculos de uso desse caminho antes da chegada dos europeus, mas também do tempo em que ele foi usado pelos pioneiros paulistas, artífices da nossa nação, para andarilhar pela América do Sul. A nossa história se enriquece e se completa a cada dia que passa.

Por Lucas Pupile

Referências

A Desconhecida Maravilha Indígena. A Nova Democracia, 2003. Disponível em <https://goo.gl/mCmqXt>
A Verdadeira Autoria do Peabiru. Gazeta do Povo, 2008. Disponível em <https://goo.gl/pP3NQx>
HOLLANDA, Sérgio Buarque. Caminhos e Fronteiras. São Paulo: Companhia das Letras, 2017
Revista Superinteressante. Edição 329. Fevereiro de 2014. São Paulo. Editora Abril. p. 34.
SOLARI, P. Ymaguaré mokôi po ha mbohapy. Paraty. Associação Artístico-Cultural Nhandeva. 2010

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

As 27 Praias de Guarujá e Seus Encantos

Belíssima foto do pôr-do-Sol na Praia do Tombo, tendo como fundo a Ponta das Galhetas, no ensaio de pré-casamento dos noivos Denise e Abdias! Créditos da foto: Leonardo Laprano.

Muito além das badaladas e famosíssimas praias como Astúrias, Pitangueiras e Enseada, a cidade de Guarujá, um dos 3 municípios paulistas localizados totalmente em uma ilha, guarda outras dezenas de praias - algumas desconhecidas e misteriosas, porém belíssimas. Vamos conhecer agora, de ponta a ponta, a Ilha de Santo Amaro, também conhecida como Ilha do Dragão devido ao seu formato, através de suas praias e seu povo!

Acompanhe, praia a praia, nossa volta pela Ilha de Santo Amaro, o Guarujá! Créditos: Thales Veiga/Orgulho de Ser Paulista.

1 - Santa Cruz dos Navegantes




A primeira praia de nossa lista fica de frente pra Santos, na entrada do Canal do Estuário, que separa as duas ilhas. Originalmente uma fazenda, tornou-se uma colônia de pescadores que a partir da década de 1970 começou a sofrer com o povoamento em massa. Hoje, a comunidade é conhecida como "Pouca Farinha" e o acesso é feito de barco a partir de Santos ou de ônibus a partir do bairro de Guaiuba, em Guarujá.

2 - Góes


Créditos na foto.

Outra comunidade de pescadores, a nossa segunda praia é bastante procurada em finais de semana e feriados ensolarados por suas pousadas simples e restaurantes pé-na-areia. O acesso também é de barco, a partir de Santos, ou então por trilha a partir de Santa Cruz dos Navegantes. Em suas areias fica as ruínas do Fortim do Góes, antiga fortificação militar do sistema de defesa de São Paulo, de mais de 300 anos de idade.

3 - Cheira Limão


Créditos: Guarujá Agora.


Uma das poucas praias totalmente desertas da ilha, é acessível apenas de barco, apesar de estar de frente para Santos. É também a menor: possui apenas 22 metros de faixa de areia, fazendo de Cheira Limão uma das menores praias de São Paulo.

4 - Sangava


Créditos da foto: Guarujá Agora.


Também deserta e acessível apenas de barco, Sangava tem se popularizado de alguns anos para cá para quem curte um lugar mais sossegado para dar um mergulho e aproveitar suas calmas areias. É preferida também dos praticantes de esportes a remo, como a canoagem, o caiaque ou o stand-up paddle. A poucos metros dela se localiza a Ilha das Palmas, onde o Clube de Pesca de Santos mantém sua sede com áreas de lazer, recreação e esportivas, com lanchas saindo de Santos.

5 - Saco do Major


Créditos da Foto: Todas as Praias do Estado de São Paulo.


Esta solitária praia se encontra na região do bairro do Guaiuba e possui uma única casa, construída em 1896, onde vive um oficial aposentado do Exército. É acessível por terra através de uma estrada que de tão estreita se confunde com uma trilha. O acesso mais fácil e comum mesmo é pelo mar, em lanchas particulares.

6 - Guaiuba


Créditos na foto.


A praia do Guaiuba, marco principal do bairro homônimo, sede da Microrregião Ecológica do Guaiuba, é a primeira praia urbanizada de Guarujá, porém dentro de uma área especial de proteção ambiental. O bairro é tão rico em história e fatos interessantes que a Orgulho de Ser Paulista já fez uma matéria só sobre ele, disponível em nossa página no Facebook. Quanto a praia, com cerca de 700 metros de extensão, fica completamente deserta nos dias de semana e aos finais de semana e feriados, sobretudo aos domingos, é a preferida por famílias com crianças pequenas devido à suas calmas águas e a quase completa ausência de ondas. Em seu calçadão, há diversos restaurantes que servem diversos tipos de peixes pescados durante a madrugada ali mesmo, como o 5 estrelas Quiosque da Helena, famoso por sua caldeirada e sua pescada amarela.

7 - Monduba


Créditos da foto: Praias do Guarujá.


Separada do Guaiuba pelo Morro do Pinto, a praia do Monduba pertence ao Exército Brasileiro, onde se encontram as instalações "do baixo" Forte dos Andradas, com o famoso Hotel de Trânsito do Exército onde o presidente Lula costumava se hospedar. Dela, sai uma estrada para acessar a parte "do alto" Forte, onde se encontram os canhões e demais instalações agora transformadas em museu. É acessível apenas com autorização do Exército ou pelos oficiais que se encontram hospedados no hotel, entretanto, quem for visitar o Forte pode ter uma visão dela desde a janela das vans.

8 - Fora


Créditos da foto: No Guarujá.


Localizada ainda dentro da área do Exército, no Morro do Monduba, esta pequena praia deserta é acessível somente por lanchas e iates. A mata e as pedras ao redor formam um bonito cenário.

9 e 10 - Artilheiro e Bueno


Créditos da foto: Loucos por Férias.


Ao lado esquerdo da estrada que dá acesso ao Monduba, estas duas praias cheias de pedras é totalmente fechada ao público, até mesmo aos oficiais do Exército, dono da área. O motivo: a praia está diretamente à frente da área de lançamento de artilharia anti-aérea em caso de um ataque inimigo durante uma guerra. Seu acesso por terra é fechado por cercas. Entretanto, é visível dos banhistas da vizinha Praia do Tombo, que podem ter um gostinho de sua beleza.

11 - Tombo


Créditos na foto.


Finalmente saindo da área militar, temos a famosíssima e badalada Praia do Tombo. Tradicional reduto de surfistas por suas ondas traiçoeiras, tornou-se a partir da década de 1990 do clipe da música "Zoio de Lua" da banda caiçara Charlie Brown Jr. um ponto de referência para jovens e turistas paulistanos. Ao seu redor, mansões de alguns milhões de reais e diversas lojas que vendem desde açaí a moda praia e até fábricas de pranchas de surf preenchem a região, como o famosíssimo Georgia Café, parada obrigatória de todo turista que vem a Guarujá. A ótima infraestrutura da praia, como segurança e acessibilidade, fez a mesma ganhar o Selo Internacional de Qualidade "Bandeira Azul" desde 2012, e é uma das 3 praias do Brasil com o mesmo - as outras são Jurerê Internacional, em Florianópolis, e a Prainha no Rio de Janeiro.

12 - Astúrias


Créditos na foto.

Uma das duas praias com a orla verticalizada e tomada de edifícios, foi a segunda a ser urbanizada no município, com a construção de algumas colônias de férias de empresas como a Mesbla e associações paulistas como a Afpesp e a Abesp. No seu canto direito, na Ponta das Galhetas, possui um reduto ótimo para pescaria, onde também se localizam alguns barcos de pesca que alimentam o mercado de peixes do bairro. Há, ao redor da avenida General Rondon, paralela à praia, diversos centros de compras com lojinhas de moda praia e souvenires, além de restaurantes e sorveterias.

13 - Pitangueiras


Créditos na foto.

Dividida das Astúrias pelo famoso "Sobre-As-Ondas", a praia das Pitangueiras foi a origem da cidade de Guarujá. Urbanizada por Elias Pacheco Chaves na década de 1890, com construções de madeira importadas dos Estados Unidos e o já demolido Grande Hotel La Plage. Hoje, é o centro da cidade, com lojas e serviços de todo tipo, a Igreja Matriz e o Shopping La Plage, que ocupa a antiga área das piscinas do famoso hotel onde Santos Dumont tirou a própria vida. Em seu centro, há a Ilha da Pompeba, ilha rochosa onde os mais aventurados se arriscam em nadar até lá.

14 - Enseada


Créditos na foto.


Originalmente um entreposto de venda de escravos, a Enseada é, de longe, a maior praia de Guarujá. Em seus mais de 6 quilômetros de extensão, possui grandes mansões como a do empresário e apresentador de TV Silvio Santos e grandes hotéis como o Casa Grande. Possui também alguns centros de compras e locais que recebem shows dos artistas mais consagrados do momento.

15 - Éden


Créditos da foto: Pousada Ponta da Praia.


Em meio ao Condomínio Sorocotuba, uma pequena praia, escondida em meio as rochas, é tida como uma das mais bonitas do estado. A beleza é tanta que seu nome foi inspirado dos Jardins do Éden presente na Bíblia. É acessível apenas através do condomínio, com acesso controlado.

16 - Sorocotuba


Créditos da foto: Aprohot.


Em uma das menores praias da Ilha de Santo Amaro, Sorocotuba, que dá nome ao condomínio fechado onde se encontra e que lhe dá acesso, possuí diversas casas de tamanho razoável se espremendo nas encostas rochosas ao seu redor. Possui também algumas pousadas pequenas para quem deseja fugir da agitação.

17 - Mar Casado


Créditos da foto: Guarujá Baixada.


Esta curiosa praia é siamesa com sua vizinha, Pernambuco: ambas compartilham da mesma areia, e são divididas pela Ilha do Mar Casado, onde na maré baixa a areia cria uma ponte natural entre as duas ilhas e separa de vez as praias. Quando a maré sobe, o mar transforma Mar Casado em ilha de novo.

18 - Pernambuco


Créditos da foto: Alto Astral.


Mais conhecida pelo grande Hotel Jequitimar, de propriedade do Grupo Silvio Santos, a praia é uma das poucas urbanizadas que possui construções pé-na-areia, como o próprio hotel. Ao seu redor, possui grandes condomínios de alto padrão, como o Jardim Acapulco, e um campo de golfe, o Guarujá Golf Club. Por conta do hotel, recebe diversos shows de artistas do momento.

19 - Perequê


Créditos da foto: TripAdvisor.


Um dos últimos redutos caiçaras na Baixada Santista, o Perequê é uma praia imprópria para banho. Porém, o motivo é um de seus charmes: a presença de incontáveis barquinhos de pesca dos caiçaras, que alimentam os vários restaurantes que existem em sua orla, como o lendário Cosme e Damião, em funcionamento desde a década de 1960. É a última praia urbanizada do município, ponto final da maioria das linhas de ônibus, e o começo do Parque Estadual da Serra do Guararu, como veremos a seguir.

20 - São Pedro


Créditos da foto: Renata César Imóveis.


Na parte norte da ilha de Santo Amaro não há planícies que permitam que a cidade seja construída: em seu lugar, existe a Serra do Guararu, com seus morros altos e suas praias quase desertas. São Pedro é a primeira e a maior delas, possuindo algumas mansões de alto padrão e acessível apenas pelo condomínio, com acesso controlado. Apesar de sua grande extensão, seu difícil acesso a deixa vazia na maior parte do ano.

21 - Conchas


Créditos da foto: Zona de Desconforto.


Esta pequena praia, de faixa de areia bem estreita, se localiza entre São Pedro e Iporanga, também acessível pelo mesmo condomínio-parque. Seu nome se deve à sua areia ser repleta de conchas devido ao sentido da maré na região.

22 - Iporanga


Créditos da foto: Andreatta Broker.


Iporanga é a principal praia do Parque Estadual da Serra de Guararu e por onde é feito o acesso a suas praias vizinhas. A entrada é pela Rodovia Guarujá - Bertioga, onde há a entrada para o parque. Entretanto, o carro vai até certo ponto: de lá, apenas a pé para não atrapalhar os animais da floresta. Para melhor conservação da natureza, são permitidos apenas o acesso de 96 veículos por vez, controlando o fluxo de turistas. Durante a temporada de verão, longas filas se formam em sua entrada. Em um de seus extremos, possui uma cachoeira com uma piscina natural onde é possível tomar banho.

23 - Pinheiro


Créditos da foto: TripAdvisor.

É a quase continuação da praia de Iporanga, separadas apenas por um pequeno morro de pedra. Possui também o mesmo acesso controlado e algumas casas ao seu redor. Entretanto, das praias da região de Iporanga, é a menos utilizada pelos banhistas devido a sua areia dura e suas águas violentas, o que faz com que seja a preferida dos surfistas na ilha.

24 - Camburi



Créditos da foto: Blog Quero Ir.


As 3 últimas praias desertas do parque são acessíveis apenas por trilha, e guardam belezas inigualáveis. Camburi é uma delas, localizada numa cavidade do enorme morro que está ao seu redor, formando uma meia lua. Poucas pessoas a utilizam, o que faz com que seja também uma das mais vazias do município.

25 - Prainha Preta


Créditos na foto.


A segunda menor praia do município, ao contrário de que seu nome diz, nem tem areias tão escuras assim: são do mesmo tipo da praia do Pinheiro, duras, mas não vulcânicas. Seu nome faz uma contraposição com sua vizinha próxima, a Praia da Prainha Branca.

26 - Prainha Branca


Créditos da foto: Mochila Brasil.


Também considerada uma das praias mais lindas de São Paulo, suas areias fofas são tão claras que em dias de Sol forte fazem doer os olhos. Possui, emergindo de suas areias, uma ilha, e toda a região é cercada pela Mata Atlântica densa, fechada e intocada. Seu acesso, através do parque estadual, também é controlado e feito somente por trilhas.

27 - Armação das Baleias


Créditos da foto: Naturam.


Já de frente para Bertioga, na entrada do canal homônimo que separa a Ilha de Santo Amaro do continente, localiza-se a pequena praia da Armação das Baleias. Seu nome se deve ao fato de ali existir uma pequena indústria de extração de óleo de baleia nos tempos coloniais de São Paulo, no século XVI; as baleias eram mortas na praia para a extração de seu óleo, que após o refino, era utilizado como cimento nas construções. Primeiro núcleo habitacional da ilha, a comunidade de Guaibê permanece até hoje com suas ruínas, visitáveis ao público, como a Ermida de Santo Antônio e o Forte de São Filipe. O acesso é feito por uma entrada localizada ao lado da balsa que liga Guarujá a Bertioga, no final da rodovia.

Por Thales Veiga.