terça-feira, 25 de abril de 2017

Confira o Encontro Brasileiro de Autos Antigos, em Águas de Lindoia

O clima ao redor do lago nos transmitia uma sensação de alegria indescritível, que só quem estava presente pôde sentir! Foto: Thales Veiga/Orgulho de Ser Paulista.

A paixão paulista pelo automóvel é algo presente há muitas gerações. Lar de inúmeras marcas como Gurgel, Puma, Bianco, entre outras, também abrigamos fábricas de multinacionais reconhecidas no mundo inteiro. Para celebrar os mais de 100 anos de história desta indústria pioneira aqui em nosso estado, é realizado há 17 anos, em Águas de Lindoia, no Circuito das Águas Paulista, o Encontro Brasileiro de Autos Antigos. E é claro que a Orgulho de Ser Paulista foi dar uma conferida!

Apesar da previsão de chuva, Águas de Lindoia foi agraciada com um lindo e agradável sábado de Sol. Foto: Thales Veiga/Orgulho de Ser Paulista.

Realizado ao redor do lago da Praça Adhemar de Barros, o centro turístico da cidade, o evento atrai pessoas de todo o país e visitantes de diversas partes do mundo, já estando consolidado como maior e principal do gênero no país. O encontro teve início na quinta feira e se estendeu até domingo; nos 4 dias, foram ao todo mais de 500 mil visitantes, que lotaram os hotéis da região. O movimento nesta edição esteve entre os maiores pelo evento ter sido realizado durante um feriado prolongado e por haver outros eventos na região que acabaram "puxando" o público, como um encontro de motociclistas na vizinha Serra Negra. 

A exposição de veículos antigos é a principal atração, onde estavam expostos 650 veículos de diversas marcas, origens, modelos e épocas, incluindo ônibus e caminhões, e abrangendo desde modelos restaurados fielmente ao original como também hot-rods e caminhões gigantes. No estacionamento, havia o principal espaço para venda de veículos antigos, com mais de 700 carros disponíveis para negociação, com preços que variavam de 4 mil a mais de 400 mil reais, para todos os gostos e bolsos. Além dos particulares, haviam cerca de 40 empresas especializadas em carros históricos e raros dispondo seus produtos.

Nos 80 mil metros quadrados de evento também se encontravam mais de 400 estandes, com empresas de todos os tipos, desde acessórios para carros a peças decorativas, como bombas de gasolina, adesivos, roupas e miniaturas. A organização permitiu com que meio milhão de pessoas fossem confortavelmente atendidas, com opções diversas para lazer e compras durante o evento, para um público que ia desde crianças a idosos e abrangia até mesmo os menos entendidos em carros. Havia também uma praça de alimentação de 1500 metros quadrados para satisfazer os visitantes, que apesar da dificuldade em estacionar na cidade, saíram satisfeitíssimos do evento, como nós. Sem dúvida, foi uma das melhores edições desta feira que é a maior de antiguidades da América Latina, e esperamos estar presente no ano que vem novamente!

Confira outras fotos:

Na beira do lago, clássicos da década de 1950, como o Chevrolet BelAir da foto: Foto: Thales Veiga/Orgulho de Ser Paulista.

O cenário repleto de máquinas com os hotéis da cidade como o Panorama e o Guarani ao fundo renderam ótimas fotos. Neste Chrysler Imperial, um curioso boneco de Donald Trump atraia os olhares dos curiosos. Foto: Thales Veiga/Orgulho de Ser Paulista.

Algumas das "banheiras" da década de 1970, como este luxuosíssimo Lincoln Continental. Foto: Thales Veiga/Orgulho de Ser Paulista.

Um curioso Schmminwagen, veículo da Volkswagen baseado no Fusca que foi utilizado para transporte anfíbio pelo exército de Hitler durante a Segunda Guerra Mundial. A carroceria molhada indica que o mesmo deu uma voltinha pelo lago de Águas de Lindoia, o que infelizmente não vimos. Foto: Thales Veiga/Orgulho de Ser Paulista.

O clássico Volkswagen SP2, com design moderno para a época, porém teve vida curta devido ao motor fraco, o que lhe rendeu o apelido de "Sem Potência". Ao lado, um dos dezenas de exemplares de Fusca presentes no evento. Foto: Thales Veiga/Orgulho de Ser Paulista.

Um Uirapuru, um dos carros mais velozes já fabricados no país, e projeto legítimo paulista. Para saber mais a história deste e outros modelos, acesse nosso artigo 20 Automóveis Paulistas Que Fizeram História. Foto: Thales Veiga/Orgulho de Ser Paulista.

A sempre versátil Kombi, vista aqui numa versão voltada para viagens de lazer aos finais de semana, com um toldo retrátil e cadeiras dobráveis, além de sofá e pia. Foto: Thales Veiga/Orgulho de Ser Paulista.

Um Willys Interlagos, esportivo que leva o nome do famoso autódromo localizado no sul da capital paulista, vencedor de inúmeras provas e corridas na América do Sul durante a década de 1960. Foto: Thales Veiga/Orgulho de Ser Paulista.

Haviam também alguns caminhões e ônibus, como este, que serviu durante anos aos alunos do Colégio Dante Alighieri, em São Paulo capital. Foto: Thales Veiga/Orgulho de Ser Paulista.

Um Chevrolet Impala conversível, no modelo que ficou conhecido como "Rabo de Peixe" devido ao formato da traseira. Foto: Thales Veiga/Orgulho de Ser Paulista.

A variedade de modelos expostos era tão grande que abrangia desde veículos do início do século XX até a Kombi da esquerda, ano 2014, uma das últimas fabricadas. Foto: Thales Veiga/Orgulho de Ser Paulista.

Antes de ir embora, já no final da tarde, fomos dar uma conferida nos mais de 400 estandes de vendas de produtos e serviços - e não conseguimos olhar todos! Fica pra próxima... Foto: Thales Veiga/Orgulho de Ser Paulista.

Por Thales Veiga.


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domingo, 16 de abril de 2017

A Páscoa na Tradição Paulista

  «O Batismo de Cristo», de Almeida Júnior, 1895
 
No século XVI, forma-se em chão americano uma nova terra que seria edificada tendo por alicerces os ideais cristãos. Sob a tutela de São Vicente de Saragoça e São Paulo de Tarso, nascia a nossa nação, terra de nativos cheios de vigor e europeus desterrados que viam aqui uma oportunidade de construir uma nova vida, longe dos julgamentos e maledicências do Velho Mundo.

Aqui, renasciam pra existência e se jogavam na fé pra poder aguentar tão intensas penúrias num lugar que, ao mesmo tempo em que lhes oferecia a desejada liberdade, lhes parecia tão hostil.

«O Bandeirante e a Cruz», de Belmonte

A Páscoa é, pra todo cristão, uma época de renovação das esperanças e da fé, um período de contemplação e busca de estímulos pra superar os desafios que se nos apresentam.

Mas muito mais que isso, tanto no Judaísmo quanto no Cristianismo, a Páscoa é a passagem da escravidão pra liberdade. Pros judeus representa a libertação do jugo egípcio. Pros cristãos representa a libertação das trevas do mundo terreno e a entrada da civilização nas luzes do amor divino, simbolizada pela ressurreição do Mestre Jesus Cristo.

Pros paulistas, como descendentes dessas duas culturas, não é nada diferente. Hoje é dia de aproveitar o tempo com a família e exercitar o amor que essa data deve portar.

Além disso, é tempo de ter esperanças de que nosso povo pode se libertar das amarras e também hora de colher forças pra que essa libertação possa ser realizada por nós.

Hoje é dia de comemorar! O Cristo vive! Boa Páscoa a todos!

- Lucas Pupile


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Por Dentro do Porto de Santos

Navio de passageiros sendo abastecido com combustível, atracado nas proximidades do terminal 23, na região conhecida como Outeirinhos, em Santos.

Muito se ouve falar sobre o Porto de Santos, mas poucas pessoas têm a real noção da importância dele para o nosso dia a dia. Ele responde por cerca de 50% de todo o PIB brasileiro, como por exemplo 24% da movimentação de granéis líquidos (petróleo e seus subprodutos, e óleos vegetais) e 33 milhões de toneladas de grãos, totalizando 13 km de cais e milhares de empregos diretos (número que já alcançou 100 mil funcionários antes da modernização). Vamos conhecer todos os terminais:

MARGEM DIREITA (Santos)

A origem do porto na margem direita do Canal do Estuário, isto é, a Ilha de São Vicente (cidades de Santos e São Vicente), remonta ao maremoto que destruiu a vila original e obrigou parte da população a se retirar para o outro lado da ilha, onde foi fundada Santos e instalado o novo porto, em meados de 1546. O porto organizado, com um cais e armazéns devidamente construídos, começou a ser inaugurado a partir de 1892 e veio se expandindo até a Ponta da Praia durante todo o século XX, progressivamente. Para o outro lado, teve um crescimento mais tímido, cujo potencial só começou a ser maior explorado na última década.

- Terminais AL-1, AL-2, AL-3 e AL-4: Transpetro

Pertencente à subsidiária da Petrobrás, opera carga e descarga de combustíveis para a Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão, e de GLP, para a Baixada Santista, além de óleo bunker para abastecimento dos navios. A partir de Cubatão, os combustíveis chegam também a São Caetano do Sul, onde podem abastecer todo o Estado de São Paulo. Opera também produtos químicos e granéis líquidos através de terminais localizados na retroárea (Stolthaven, Ultracargo, Ultragaz e Vopak).


- Terminais BTP-1, BTP-2 e BTP-3: Brasil Terminal Portuário

Inaugurado em 2013, tem capacidade para movimentar 2,5 milhões de containers e 2 milhões de toneladas de granéis líquidos.

No bairro da Alemoa, temos os novíssimos terminais da BTP, para operação de contâiners, e ao fundo os da Transpetro, para combustíveis e produtos químicos. Foto: Jornal Pelicano.


- Terminal TPD: Deicimar

Voltado a exportação e importação de veículos, com capacidade para movimentação de 120 mil carros, ônibus, caminhões, colheitadeiras e tratores produzidos em São Paulo, além de contêineres, transformadores, bobinas, caldeiras, turbinas, geradores, tornos, moinhos de concreto, tubos, chapas de aço e cargas de grande porte em geral. Nas proximidades há também o TEVAL, pertencente ao Grupo Libra, que opera contêineres e exportação de turbinas de energia eólica (fabricadas em Sorocaba), e contém ramal ferroviário próprio com capacidade para atender 65 vagões de uma única vez.


- Terminais TCD-1 e TCD-2: EcoPorto

A Tecondi, juntamente com duas empresas da retroárea (Termares e Termlog) se uniram para formar um novo grande terminal de contêineres, que ainda não iniciou suas operações por conta da crise financeira.


- Terminais 1 a 8: Prefeitura

Primeiro trecho construído do cais, em 1892, está abandonado desde os anos 80 aguardando revitalização. Algumas atividades desempenhadas no local são a ancoragem de navios da Codesp, USP, e do terminal das barcas que ligam Santos a Vicente de Carvalho, operadas pela Dersa.

Perspectiva de como ficará o trecho dos terminais 1 a 8 após a revitalização planejada, o que inclui a restauração dos prédios e a implantação de hotéis, escritórios, museus e marinas, além do novo terminal das barcas de passageiros que ligam o centro de Santos a Vicente de Carvalho (Guarujá), localizado entre os terminais 6 e 7.


- Terminais 9 a 12: Bunge Alimentos

Utilizados esporadicamente pela Bunge, empresa estadunidense que começou a operar em Santos com a construção do Moinho Santista em 1905, localizado do outro lado da rua. A Bunge produz as marcas de molhos, margarinas e outros gêneros Cardeal, Delícia, Gradina, Primor, Salada, Salsaretti, Soya e Suprema, presentes em nosso dia a dia, além do processamento de trigo para padarias, de cana-de-açúcar para produção de energia elétrica e biocombustíveis e manufatura de óleos para processos da indústria alimentícia.


- Terminal 12-A: Terminal 12A

Com um novo armazém inaugurado em 2010, tem capacidade para movimentar 3 milhões de toneladas de granéis sólidos de origem vegetal ao ano.


- Terminal 13: Cereal Sul 

Destinado à movimentação de grãos. Atende ao Moinho Paulista, inaugurado em 1928 e localizado do outro lado da rua, que produz farinha de trigo, misturas para bolo, fermentos e panetones, através da marca Nita.

O quase centenário Moinho Paulista, vendo-se em segundo plano, da esquerda para a direita, o Terminal 12A, Cereal Sul (terminal 13) e Fibria (terminais 14 e 15).


- Terminais 14 e 15: Fibria Celulose

Inaugurado recentemente com nova estrutura, se dedica à exportação de papel e celulose produzidos em Jacareí e Três Lagoas (MS), que vêm para Santos via ferrovia.


- Terminais 16, 17, 18 e 19: Cosan

O maior terminal dedicado a commodities do Brasil e o maior de açúcar do mundo, é operado pela Cosan através de sua subsidiária Rumo, empresa genuinamente paulista, com mais de 80 anos de atuação, e opera 5 tipos de açúcar (granel e ensacado), algodão, milho e soja produzidos principalmente em São Paulo, com terminais intermodais em Barretos, Fernandópolis, Itirapina, Jaú, Pradópolis, Sumaré e Votuporanga, com capacidade para 14 milhões de toneladas/ano.


- Terminais 20 e 21: Copersucar

Maior produtora de açúcar do mundo, atende a nada menos que 12% de todo o etanol produzido mundialmente. Exporta açúcar, que é produzido em Ribeirão Preto e São José do Rio Preto, também em território paulista, com capacidade para 10 milhões de toneladas.

Destaque do terminal marítimo da Copersucar (terminais 20 e 21); do lado esquerdo temos a Pérola (terminais 22 e 23) e do lado direito a Cosan (terminal 19). Créditos: Process.


- Terminais 22 e 23: Pérola

Com terminal ferroviário próprio, possui capacidade para 1 milhão e 200 mil toneladas anuais de granéis sólidos (fertilizantes e sal). Na parte de trás se localiza a Bandeirantes, presente no mercado de armazéns desde 1935 e mais uma empresa paulista, fundada em Lins, com capacidade para 2 mil contêineres e operação de carga solta.


- Terminal 24: Concais

Incorpora também a área do antigo armazém frigorífico, e hoje é o terminal de passageiros, que já chegou a atender até 8 transatlânticos com um movimento de 37 mil pessoas num único dia.

Navio da italiana Costa Crociere atracado no terminal 24. Em dias de grande movimento, os navios também atracam em terminais de carga, sendo o translado feito por ônibus por dentro do porto. Foto: UOL.


- Terminais 25 e 26: T-Grão

Opera na importação de malte e trigo e exportação de soja e milho, com capacidade de armazenamento para 114 mil toneladas.


- Terminais 27 e 28: Marinha do Brasil

Sede da Marinha em Santos, onde atracam navios de guerra para visitação, e lanchas de patrulha e fiscalização.

Navios da Marinha do Brasil atracados no terminal 27, vendo-se ao fundo os terminais 25 e 26, da T-Grão, com os silos para armazenagem de granéis.


- Terminal 29: Citrosuco Paulista

Outra empresa genuinamente paulista, planta laranja em Iaras, Itapetininga e Matão e produz o suco nas cidades de Araras, Bebedouro, Catanduva, Limeira e Matão, exportando o produto para terminais próprios em Gent (Bélgica), Newcastle (Austrália), Toyohashi (Japão) e Willmington (EUA), sendo a maior produtora de suco de laranja do mundo. 


- Terminais 30 e 31: NST Terminais

Operado numa joint-venture entre as empresas Gearbulk e Louis-Dreyfus, também exporta suco de laranja, contando com ramal ferroviário próprio. Atende também ao Moinho Pacífico, localizado no outro lado da rua.


- Terminal 32: Cia. Brasileira de Alumínio

Terminal próprio da famosa CBA, outra empresa paulista e pertencente ao Grupo Votorantim, que produz anualmente cerca de 466 mil toneladas de alumínio na cidade de Alumínio tanto para o mercado interno quanto para o externo em diversos formatos como bobinas e lingotes.

No bairro do Macuco, estão localizados, da esquerda para a direita, os terminais 29 (Citrosuco), 30, 31 (NST) e 32 (CBA). Notar as esteiras rolantes para transporte de grãos e suco de laranja, que interligam os armazéns e o Moinho Pacífico. Foto: Citrosuco.


- Terminais 33, 34, 35, 36 e 37: Libra 

Com capacidade estática para 13800 contêineres, é um dos principais terminais do porto, movimentando anualmente até 1,7 milhões de unidades. Tem terminais de apoio em Campinas, Cubatão e Rio de Janeiro (RJ).


- Terminal 38: Quintella

Através de parceria, movimenta cargas da ACT, Cargill, Coopercitrus (cooperativa de produtores rurais paulista, presente em quase 50 cidades do estado), Fischer (Citrosuco Paulista) e Louis-Dreyfus, voltado para granéis sólidos, também com ramais ferroviários. Através de uma ponte rolante, atende ao Terminal XXXIX, operado pela Caramuru e parte do projeto Ferronorte (concluído em 2002, com uma ferrovia ligando Santos ao MT), um dos maiores armazéns do Brasil.


- Terminal 39: ADM

A empresa americana é uma das maiores empresas de agronegócio do mundo, e movimenta cerca de 6 milhões de toneladas de grãos de diversos tipos. Atualmente um dos 3 armazéns da empresa se encontra em reconstrução, o que aumentará a capacidade de armazenagem de 45 para 72 mil toneladas estáticas.

Vista aérea da Libra em primeiro plano, com os terminais 35, 36 e 37, e ao fundo Quintella e ADM, nos terminais 38 e 39, respectivamente. Foto: ExportNews.


Santos conta também com um terminal municipal de pesca, que atende ao Mercado de Peixe, localizado ao lado do Terminal 39, além de uma fábrica de gelo no mesmo local, que abastece os barcos pesqueiros da região.

MARGEM ESQUERDA (Guarujá e área continental de Santos)

Apesar da ocupação do canal do porto por pequenos estaleiros no lado da Ilha de Santo Amaro, onde está localizada a cidade de Guarujá e seu distrito, Itapema, ser bastante antiga, remontando ao século XIX, o porto organizado começou a ser construído a partir da década de 1970, tanto pela estatal Codesp quanto pelos primeiros terminais privados. Antes, fica localizada a Ilha Barnabé, que abriga um terminal de combustíveis desde os anos 1930, construído lá para não afetar a cidade em caso de explosão ou acidente.

- Terminais IBSC, IBSP e AGEO: Ageo

Localizado na Ilha Barnabé desde 1930, é voltado ao transporte de produtos químicos como nitrogênio, contando com 118 tanques de armazenamento. Atende também as empresas Adonai, Granel e Vopak, localizadas na retroárea.


- Terminais EMB-1 e EMB-2: Embraport

Com a primeira fase inaugurada em 2013, possui capacidade para movimentar cerca de 1,2 milhão de contêineres por ano. Na segunda fase, uma área de 300 mil metros quadrados e um novo terminal (EMB-3) poderão duplicar a capacidade da empresa.

O também novíssimo terminal da Embraport, localizado na área continental de Santos, ao lado da Ilha Barnabé. A área vazia na esquerda é reservada à futura expansão da empresa, que operará também granéis líquidos. Também destacamos a enorme ponte ferroviária móvel que liga a Ilha de Santo Amaro (Guarujá) ao continente, por cima do Canal de Bertioga. Foto: Embraport.


- Terminal TEV: Santos Brasil-TEV 

Antiga Orion, é destinado à exportação de veículos, com capacidade de movimentação de 300 mil automóveis por ano, com 8 rampas para embarque nos navios e uma área equivalente a 22 campos de futebol.

- Terminais TC-1, TC-2 e TC-3: Santos Brasil-TECON

Com capacidade anual de 2 milhões de unidades, é o maior terminal de contêineres do país, contando também com 4 ramais ferroviários internos. Possuí terminais também em Imbituba (SC) e Barbacena (PA), e unidades de apoio em Santos, São Paulo e São Bernardo do Campo. Atende também à Localfrio, localizada em sua retroárea, e que é destinada à movimentação de contêineres frigoríficos, empresa paulista com mais de 60 anos de atividades em Barueri, São Paulo e em outros estados.

Vista dos terminais da Santos Brasil: o TECON, de contâiners (esquerda) e o TEV, de veículos (direita), com centenas de carros para exportação.


- Terminal TGG: Terminal de Granéis do Guarujá

Foi inaugurado em 2002 e é operado num consórcio entre Amaggi, Cosan (de Piracicaba) e Bunge (santista, que produz fertilizantes em Descalvado e Iperó), com capacidade para movimentação de 8 milhões de granéis sólidos por ano, o que representa 50% de todos os grãos exportados por Santos e boa parte da produção do Centro-Oeste; também conta com ramal ferroviário próprio.


- Terminal TEAG: Terminal de Exportação de Açúcar do Guarujá

Inaugurado em 2001 pela Cargill, opera açúcar, soja e milho a granel, com capacidade para mais de 3 milhões de toneladas/ano.


- Terminal TEG: Terminal Exportador do Guarujá

Inaugurado em 1987 pela Cargill, é destinado à operação de soja a granel, farelo de soja e farelo de laranja, com capacidade de movimentação de até 6 milhões de toneladas por ano e atendimento simultâneo de 300 caminhões e 198 vagões por dia, sendo um dos principais do tipo no país.


- Terminal CTRLE: Sucocítrico Cutrale 

A empresa paulista, atuante desde 1967, produz derivados de laranja nas cidades de Araraquara, Colina, Conchal, Itápolis e Uchôa. Além do suco, o farelo de polpa cítrica é exportado para produção de ração para a pecuária, e a casca é utilizada nas indústrias alimentícia, cosmética, farmacêutica e de produtos de limpeza. Exporta pelo terminal também soja.

Ao lado do terminal da Santos Brasil, visto na extrema esquerda, temos os TGG, TEAG e TEG, por onde boa parte dos grãos do país é exportada. Foto: Constran.


- Terminal DOW: Dow Química 

Operacional desde 1965, a multinacional opera uma série de produtos químicos utilizados nas indústrias de agricultura, alimentação, combustíveis, comunicação, construção, eletrônica, embalagens, farmácia, vestuário, entre outras.


Fora da área do porto destinada a grandes navios, no distrito de Vicente de Carvalho, localizam-se ainda o terminal da Cooperativa de Pesca Nipo-Brasileira (até recentemente o maior do país, chegando a atender 350 embarcações), a Wilson Sons (que atua com salvamento, resgate e operações diversas com seus rebocadores, além de dois estaleiros que já construíram mais de 150 embarcações em 100 anos de operação) e a Saipem (italiana que fabrica tubulações para plataformas de petróleo), além de diversos estaleiros de pequeno porte e marinas como o Iate Clube de Santos.

Porto de Cubatão

A origem do porto de "Cubataon", na localidade de Piassaguera, remonta ao início da colonização de São Paulo, quando, devido à falta de ponte entre a Ilha de São Vicente e o continente, as cargas tinham que seguir de barco pelos rios da região onde hoje está a cidade de Cubatão para então seguir viagem rumo ao planalto com tropas de mulas pelas trilhas existentes. A partir da década de 1950, começou a ser construída a Cia. Siderúrgica Paulista, a Cosipa, o que motivou a construção do porto atual. Tal área está fora dos limites de gerenciamento da Codesp.

Terminais CSP-1, CSP-2 , CSP-3 e CSP-4: Usiminas
Antigo terminal privativo da Cia. Siderúrgica Paulista, tem capacidade para movimentar anualmente 20 milhões de toneladas de minério de ferro e 1 milhão de carvão. Atualmente está paralisado devido à crise econômica, mas planeja expansão para permitir o recebimento de cargas de terceiros.

- Terminais TP-1, TP-2 e TP-3: Terminal Integrador Portuário Luiz Antônio Mesquita
Antes um tímido armazém para enxofre e amônia, o TIPLAM se tornou o maior projeto de ampliação portuária do porto nos últimos anos: em obras desde 2012, estão sendo adicionados 3 novos pontos de atracação (para açúcar, grãos e fertilizantes, respectivamente), 5 armazéns e mais um pátio de enxofre, com operação pela VLI, empresa detentora da malha da antiga Cia. Mogiana de E. F. em São Paulo, cuja linha sai de Campinas e vai em direção ao Centro-Oeste. A operação teve início este ano.

Os novos armazéns do TIPLAM, ainda em obras, tendo ao fundo a Usiminas (antiga Cosipa). Foto: VLI.

Operação

As cargas, a maioria oriunda do próprio Estado de São Paulo, chegam e saem do porto via rodovia e ferrovia (cerca de 30%), e indiretamente pela Hidrovia Tietê-Paraná através do transbordo de cargas para o modal ferroviário em portos paulistas como Pederneiras. A região possui diversas estradas, como a Anchieta (SP-150) e Imigrantes (SP-160), que fazem a ligação com o planalto, e a Padre Manuel da Nóbrega/Piassaguera/Rio-Santos (SP-55), que percorrem todo o litoral. Já as estradas de ferro são a antiga Linha Mairinque-Santos da E. F. Sorocabana (operada pela Rumo) e a E. F. Santos a Jundiaí (operada pela MRS); pela Rumo, percorrem também os trens da VLI, antiga Cia. Mogiana, que começa em Campinas e vai até o Centro-Oeste, ferrovias estas que abrangem todos os estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

Em substituição às longas filas de caminhões em época de safra e com objetivo de ampliar a capacidade do porto, a partir de 2015 a entrada de caminhões passou a ser agendada. Os caminhoneiros se cadastram via internet uma semana antes e aguardam sua vez no Ecopátio, em Cubatão, que tem capacidade para mais de 3500 caminhões estacionados. Agendamento semelhante será, em breve, implantado com os trens.

Ampliações

O Projeto Barnabé-Bagres, que contempla a união das ilhas homônimas e a construção de grandes pátios para todos os tipos de carga, com 60 armazéns e 40 pontos de atracação para navios, praticamente dobrando a capacidade do Porto de Santos.

O planejamento indica 6 áreas de ampliações futuras, sendo um novo terminal para granéis sólidos vegetais e minerais ou contêineres na Conceiçãozinha, em Guarujá, para 13,7 milhões de toneladas/ano; outro graneleiro na Prainha, para 7 milhões de toneladas; dois terminais de contêineres na Alemoa, em Santos, com capacidades para 1 milhão e 1,6 milhão de contêineres/ano; e, por fim, dois terminais no projeto Barnabé-Bagres, sendo um voltado para contêineres (1,9 milhões de unidades atuais, o maior do país) e outro para grãos (25 milhões de toneladas anuais). Com isso, a capacidade total de movimentação do porto será adequada para atender à demanda de quase 230 milhões de toneladas prevista até 2024.

Por Thales Veiga.

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quinta-feira, 13 de abril de 2017

Culinária Paulista: Azul Marinho

Créditos da foto: Naturam.


A Orgulho de Ser Paulista quer que os deliciosos sabores de São Paulo sejam apreciados. Então, a partir de hoje e semanalmente, neste mesmo horário, traremos a vocês um prato típico de nossa culinária e o mais importante: o modo de preparo! Pois, afinal, apenas ver a foto dá uma fome, não é mesmo?


Cantado por Luís Perequê na música "Encanto Caiçara", hino do nosso povo do litoral, o azul marinho é um prato típico da cultura caiçara, e é claro, feito com dois elementos característicos da região: peixe e banana. É também por isso um prato com fortes raízes indígenas, deixando clara a miscigenação entre europeus e tupiniquins, que deu origem ao povo paulista (caipiras e caiçaras). Tem esse nome pois, depois de pronto, as bananas ficam num tom azulado, lembrando o tom da cor do alto mar. E, claro, feito numa tradicional panela de ferro, para honrar as raízes e realçar a aparência.

Simples, utilizando elementos da natureza e sem grande complexidade na execução, degustar o azul marinho é comer a mesma comida que os paulistas de 500 anos atrás comiam: é também sentir o sabor de nossa história. 

Ingredientes

- 500 g de postas de peixe (pode ser garoupa, badejo, cavala, anchova ou tainha, típicos de nosso litoral);
- Suco de limão a gosto;
- 6 bananas nanica bem verde;
- ½ xícara de óleo composto; 
- 2 dentes de alho bem picadinho;
- 3 xícaras de água;
- 1 xícara de cheiro verde;
- sal e pimenta do reino a gosto.

Modo de preparo

Tempere o peixe com sal, suco de limão e pimenta do reino e deixe tomar gosto por cerca de 2 horas. Descasque as bananas e corte-as em três pedaços. Aqueça o óleo, coloque o alho e as bananas e refogue por dois minutos, cobrindo com água quente (aproximadamente 3 xícaras) e deixando cozinhar até a banana amolecer (quando a água ficar azulada). Acrescente as postas de peixe e deixe cozinhar por mais 10 minutos. Acrescente sal se necessário e em seguida salpique o cheiro verde.

Enquanto o peixe cozinha, prepare o pirão, utilizando a banana, amassada, em uma panela pequena, misturada com o caldo do cozimento do peixe. Deixe ferver e adicione um pouco de farinha de mandioca. Mexa bem até a farinha estar cozida e ficar em consistência agradável. Tempere com sal se necessário.

Seu azul marinho, um legítimo sabor paulista, está pronto! Para servi-lo, acompanhe rodelas de banana, caldo, e, se preferir, arroz branco, além claro da presença essencial do pirão. Agora, basta saborear!

Por Thales Veiga.


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quarta-feira, 5 de abril de 2017

20 Automóveis Paulistas Que Fizeram História

Assim como em muitos outros segmentos da economia, a indústria automobilística paulista sempre foi líder de produção nacional, e é desde 1960 referência mundial, abrigando o quarto salão do automóvel mais importante do planeta. Abaixo, relembraremos 20 modelos desenvolvidos e produzidos em São Paulo e que marcaram, de alguma forma, a história:

1 - Willys Aero

O Aero em sua segunda geração, com design mais angulado e frente da Rural. Foto: Wikipedia Commons.

Tipo: Sedã
Tempo de Produção: 1960 a 1971
Local de Origem: São Bernardo do Campo

A Willys, fabricante americana do famoso Jeep, extensivamente usado durante a Segunda Guerra Mundial, instalou sua fábrica em São Paulo em 1954. Com a parceria com a Renault, iniciou a produção do pequeno Dauphine, e iniciou o desenvolvimento de um projeto para um sedã maior, reaproveitando um antigo projeto da matriz norteamericana. O Aero, lançado em 1960, herdava a carroceria do projeto original com a motorização do jipe. No ano de 1962, surgiu a versão 2600, reestilizada, com linhas mais retas e desenho moderno, sendo o primeiro carro inteiramente concebido na América Latina. Com o sucesso, surgiu em 1966 a versão de luxo Itamaraty, apelidada de "Palácio Sobre Rodas" e também uma versão em limonsine, a única fabricada em série no país. Em 1968, com a compra da Willys nacional pela Ford, o fim do modelo se aproximou, tendo sua produção encerrada em 1971 em favor ao Ford Galaxie.

2 - Willys Interlagos

O pequeno gigante: o Interlagos fazia de 0 a 100 km/h em apenas 14 segundos e atingia 160 km/h.

Tipo: Coupê/Fastback/Conversível
Tempo de Produção: 1961 a 1966
Local de Origem: São Bernardo do Campo/São Paulo

No Salão do  Automóvel de São Paulo de 1961, o segundo realizado, havia um modelo que chamava a atenção de curiosos: um pequeno esportivo, de apenas 1,43 m de altura, batizado de Interlagos. O modelo, fabricado sob encomenda pela Willys nacional, era na verdade uma versão do Renault A108 francês, adaptado para as ruas paulistas. O Interlagos, nome dado em homenagem ao famoso autódromo paulistano, marcou a história ao ser o primeiro esportivo nacional, e trouxe, junto à carroceria berlineta do modelo original francês, duas novidades exclusivamente paulistas: opções conversíveis e fastback (com a traseira um pouco mais avantajada), motivo pelo qual o carro entra em nossa lista. Além disso, ainda dominou todas as corridas automobilísticas da América do Sul durante a primeira metade da década, vencendo, entre outras, os 500 Quilômetros de Interlagos e as 200 Milhas de Montevideo. Após 822 unidades produzidas, saiu de linha em 1966.

3 - IBAP Democrata

O que poderia vir a se tornar um ícone automobilístico mundial, o Democrata sucumbiu em meio a histórias controvérsias e foi esquecido no tempo. Foto: Blog do Serrot.

Tipo: Coupê
Tempo de Produção: 1963 a 1967
Local de Origem: São Bernardo do Campo

Em 1963, o empresário Nelson Fernandes abre a IBAP, com o objetivo de produzir o Democrata, um carro com linhas extremamente arrojadas para a época e à frente de seu tempo. Trazia, como uma das novidades que mais chamavam atenção, a presença de faróis retangulares. Com carroceria de plástico reforçado com fibra de vidro e motorização italiana (o único componente não-nacional), logo atraiu a atenção de consumidores, que poderiam adquirir o automóvel mediante a compra de ações da empresa. Entretanto, tem início aí uma história bastante controversa, na qual a IBAP é acusada de golpe nos consumidores e acaba fechando as portas pouco tempo depois; já para outros, tratou-se de um lobby das demais montadoras para impedir o surgimento de um carro genuinamente nacional e capaz de desbancar diversos outros modelos. Ao que consta, apenas 5 unidades ficaram totalmente prontas, das quais 3 ainda existem, além de cerca de 30 carrocerias inacabadas, que ficaram durante mais de 25 anos abandonadas no terreno da empresa e hoje estão sendo recuperadas, incluindo um protótipo de 4 portas.

4 - Puma GT

O esportivo de linhas arrojadas foi o maior ícone da fabricante paulista - que produziu até caminhões e ônibus.

Tipo: Coupê
Tempo de Produção: 1964 a 1987
Local de Origem: Matão/São Paulo

O projetista Rino Malzoni já havia tido experiências anteriores com carros esportivos montados em plataformas de veículos de passeio com carroceria em fibra de vidro quando foi decidido fabricar em série o projeto. Surgia, em 1964, o Malzoni GT, que com mudanças estéticas veio a se tornar o Puma GT (1966), GTE (1970) e GTI (1981); também deu origem a versões conversíveis, como o GTE Spyder, rebatizado como GTS em 1973 e GTC em 1981, após reestilizações. O carro, que inicialmente usava mecânica DKW e posteriormente a "boxer" da Volkswagen (que já equipava há muitos anos carros a ar como o Fusca), foi idealizado em Matão e fabricado em São Paulo capital ao longo de duas décadas, sendo o primeiro modelo e maior sucesso da Puma, o que abriu as portas para a pequena fabricante alçar novos voos e introduzir no mercado diversos outros produtos, incluindo ônibus e caminhões. Ao todo, foram produzidas cerca de 19 mil unidades de 1964 a 1987 contabilizando os 7 modelos fabricados, ano de encerramento da fabricação do GTI. 

5 - Vemag Fissore

A aposta da Vemag em oferecer um carro de luxo numa carroceria enxuta e prática rendeu a fabricação de mais de 2 mil unidades. Créditos na foto.

Tipo: Sedã
Tempo de Produção: 1964 a 1967
Local de Origem: São Paulo

Em 1945, era fundada a Vemag (Veículos e Máquinas Agrícolas), que montava automóveis Studebacker. Mais tarde, passou também a montar caminhões da Scania-Vabis e os famosos tratores Ferguson, o que trouxe um conhecimento de fabricação à empresa. Em 1956, utilizando a linha de crédito do GEIA, inaugura sua linha de montagem, fabricando sob licensa modelos da alemã DKW. Em 1961, decide entrar no mercado de veículos de luxo, desenvolvendo um projeto próprio, com carroceria projetada sob encomenda pela Fissore italiana e motorização nacional, que fora aperfeiçoado e lançado no Salão do Automóvel de 1964. Após a compra da empresa pela Volkswagen, em 1967, a produção do Fissore é encerrada, totalizando 2638 unidades produzidas no bairro do Ipiranga.

6 - Chevrolet Veraneio

A "banheirona", intensivamente usada pela Força Pública Paulista/ROTA e que empunha respeito, era também um veículo voltado para a família, avô dos atuais SUVs. Foto: AutoGaragem.

Tipo: SUV
Tempo de Produção: 1964 a 1994
Local de Origem: São Caetano do Sul

Desenvolvido em 1964 inspirado na americana Suburban, a então C-1416 veio ao país para cobrir um seguimento pouco explorado: as hoje chamadas de SUVs, carros com grandes e voltados tanto para fora-de-estrada quanto para o cenário urbano. Rebatizada em 1969 como Veraneio, passou a ser intensivamente usada pelas polícias, com destaque para a ROTA, e também como ambulância, dada sua robustez e agilidade. A carroceria original ficou em produção por 25 anos, quando foi substituída por uma nova, acompanhando o design das picapes A-20/C-20/D-20, quando em 1994 teve definitivamente a produção encerrada, substituída pela Blazer.

7 - Brasinca 4200 GT

Uirapuru, um dos melhores esportivos fabricados em São Paulo, mas que teve curta duração. Foto: Maxicar.

Tipo: Berlineta/Conversível/Perua
Tempo de Produção: 1965 a 1967
Local de Origem: São Caetano do Sul/São Paulo

A Brasinca, indústria que fazia carrocerias para a FNM, decidiu investir no desenvolvimento de um esportivo, projetado por Rigoberto Soler e Ângelo Gonçalves, utilizando carroceria moldada a mão e motor de caminhão Chevrolet, lançado no Salão do Automóvel de 1964. No seu segundo ano de produção, passou a ser feito pela STV (Sociedade Técnica de Veículos), da capital paulista, que introduziu algumas modificações e o rebatizou como Uirapuru. Ao todo, foram construídas 76 unidades, sendo 3 conversíveis e um protótipo de perua, chamada Gavião, pertencente à Polícia Rodoviária Estadual e tendo aparecido no seriado de TV "Vigilante Rodoviário".

8 - Simca Esplanada

A Simca, famosa pelo Chambord, tentou inovar com a criação do Esplanada - mas o carro acabou por morrer precocemente junto com o encerramento da filial paulista da marca francesa. Foto: The Truth About Cars.

Tipo: Sedã
Tempo de Produção: 1966 a 1969
Local de Origem: São Bernardo do Campo

A fabricante francesa Simca abriu sua filial paulista em 1958 e ficou famosa pela fabricação do Chambord, mais tarde remotorizado na versão Tufão. Entretanto, a marca não conseguiu se afirmar totalmente no país. Surgia então a ideia de desenvolver um projeto próprio, com objetivo de substituir o defasado Chambord que perdia mercado dia a dia para o Willys Aero e prestes a ter um novo concorrente, o Ford Galaxie. O sedã de luxo, batizado de Esplanada, foi apresentado no Salão do Automóvel em novembro de 1966; entretanto, dias depois, a Chrysler, proprietária da Simca francesa, assume o controle da Simca do Brasil, aumentando os rumores do encerramento da produção do modelo. Aos trancos e barrancos, o carro acabou sendo produzido até 1969, após receber uma série de melhorias pela empresa americana.

9 - Vemag Carcará

O disco voador das pistas, Carcará estabeleceu recorde de velocidade até hoje não superado.

Tipo: Coupê
Tempo de Produção: 1966
Local de Origem: São Paulo

Um carro único, não só por ter sido produzida apenas uma unidade, e sim também pelo design extremamente arrojado e muito além de sua época. Assim podemos descrever o Carcará, desenvolvido pela paulista Vemag (Veículos e Máquinas Agrícolas), famosa pela produção de modelos baseados nos DKW alemães. Em 29 de junho de 1966, em testes, o veículo atingiu a marca de 212 km/h, estabelecendo o recorde de velocidade para carros 1.0, até hoje não superado. Recentemente, foram fabricadas mais duas unidades por admiradores, batizadas de Carcará II, uma das quais ilustra nosso artigo.

10 - Ford Corcel

Mais vendido que a primeira geração, o Corcel II marcou época como veículo médio da montadora americana no país. Foto: Ford.

Tipo: Sedã
Tempo de Produção: 1968 a 1986
Local de Origem: São Paulo

Quando a Willys paulista fora adquirida pela Ford, em 1967, estava sendo desenvolvido um projeto para um sedã médio, buscando concorrer com o Volkswagen TL. Muito mais avançado tecnologicamente que seu concorrente direto, o Corcel logo caiu no gosto do público. Permaneceu em produção por 10 anos com reestilizações leves, até a chegada do chamado "Corcel II" em fins de 1977, buscando concorrer com o Dodge Polara e o Volkswagen Passat, que tinham desempenho semelhante porém perdiam em economia, o que resultou em um novo sucesso emplacado pela Ford e garantiu a produção do modelo por mais 9 anos. Vendido com versões de 2 ou 4 portas, também deu origem à perua Belina e à picape Pampa, a qual permaneceu em produção até 1997.

11 - Chevrolet Opala


A versão esportiva, SS, trouxe ao mercado brasileiro um legítimo "muscle car" americano.

Tipo: Coupê/Sedã
Tempo de Produção: 1968 a 1992
Local de Origem: São Caetano do Sul

Apresentado no VI Salão do Automóvel, em 1968, o Opala aliava o design dos muscle cars americanos com a motorização do Impala, tornando-se rapidamente o centro das atenções dado o conforto e potência, concorrente do Ford Maverick, importado no mesmo ano. Entretanto, a Chevrolet paulista foi mais além, ao colocar na carroceria com design esportivo versões com 2 e 4 portas, de luxo (Comodoro e Diplomata) e a perua Caravan, fabricada a partir de 1975. Ao longo dos seus 24 anos de produção, a Chevrolet manteve a mesma carroceria, que sofreu sucessivas reestilizações afim de manter o modelo no mercado e dando fôlego nas vendas. Ao lado de seu rival Maverick, o Opala se tornou um dos ícones automobilísticos nacionais.

12 - Volkswagen Brasília

A icônica Brasília, eternizada duas décadas mais tarde na música dos Mamonas Assassinas.

Tipo: Hatch
Tempo de Produção: 1973 a 1982
Local de Origem: São Bernardo do Campo

Inspirada no desenvolvimento dos modelos SP, os primeiros nacionais, desenvolvidos pela filial paulista, a Volkswagen decide investir num carro que viesse a ser uma versão nacional do Fusca, utilizando a mesma plataforma porém com um design mais moderno, já que o sedã alemão já tinha quase 4 décadas de existência. Surgia então em 1973 a Brasília, equipada com o famoso motor boxer 1600, com linhas que remetiam à Variant, apenas um mês depois do lançamento de seu maior concorrente, o Chevrolet Chevette. Ao longo de seus 9 anos de produção, foi feita nas versões 2 e 4 portas, e deu origem a uma perua, a Variant II, contabilizando mais de 1 milhão de unidades produzidas tanto para o mercado nacional quanto para o estrangeiro. Já cansada, a Brasília perdeu seu espaço com a chegada do moderno Gol e foi retirada de linha em 1982.

13 - Gurgel Itaipu

O design curioso e angulado marcou o primeiro carro elétrico fabricado na América Latina, mais um fruto da genialidade de João Gurgel.

Tipo: Hatch
Tempo de Produção: 1973 a 1975
Local de Origem: Rio Claro

Um dos primeiros filhos da nova fábrica de Rio Claro, o Itaipu pegou carona na inauguração da usina hidroelétrica de mesmo nome, no imaginário da abundância de energia em tempos de racionamento. O pequeno carro pesava apenas 780 quilos, sendo 320 deles das baterias, e atingia uma velocidade máxima de 50 km/h. Apresentado no Salão do Automóvel de 1974, foi o primeiro carro elétrico produzido na América Latina, apesar de terem sido produzidos apenas 20 unidades. Para eles, foram instaladas na Praça Central, em Rio Claro, postos de recarga das baterias, o que demorava cerca de 8 horas e garantia uma autonomia de 60 a 80 km. Entretanto, o projeto deu origem ao também elétrico E-400, este sim fabricado em série, versão elétrica do furgão G-800 e vendidos a empresas estatais. 

14 - Bianco S

Bianco S: carro chefe da empresa, o esportivo de linhas arrojadas teve vida curta por conta de uma divergência entre os sócios. Créditos na foto.

Tipo: Coupê
Tempo de Produção: 1976 a 1979
Local de Origem: Diadema

O futuro parecia promissor quando Toni Bianco lançou o modelo S, no Salão do Automóvel de 1976, como primeiro produto de sua empresa, tendo vendido 180 unidades durante o evento. Com uma produção de 20 carros por mês, o S abriu espaço para o lançamento de sua versão mais avançada, o SS, em 1978, e o Tarpan, lançado em New York no mesmo ano. Entretanto, a fábrica de Diadema teve vida curta, após uma divergência entre os sócios causar o fechamento precoce da empresa, em 1979.

15 - Volkswagen Gol

Foi difícil escolher uma foto para ilustrá-lo, já que todas as suas gerações marcaram época, mas optamos pelo "Quadrado" de primeira geração.

Tipo: Hatch 
Tempo de Produção: 1980 a atualmente
Local de Origem: São Bernardo do Campo/Taubaté

Criado em meio as incertezas de criar um projeto nacional para aposentar o Fusca e após dois fracassos de vendas da matriz paulista (SP e TL), o Projeto BX começou a ser desenvolvido no final da década de 1970 seguindo o design "quadrado", impulsionado por Giorgio Giulliaro, criador de diversos ícones como o Fiat Uno e os Volkswagen Golf e Passat, e foi batizado seguindo a tendência mundial da marca de nomear seus modelos com palavras relacionadas ao esporte, escolhido então Gol, nome simples e alusivo à modalidade mais popular do país. O projeto não só contou com o hatch, mas deu origem a uma família com sedã (Voyage), perua (Parati) e picape (Saveiro). No primeiro ano de vendas, desenhava-se um novo fracasso da fábrica paulista, já que a motorização a ar herdada do Fusca tinha um baixo desempenho e um barulho que rendeu os apelidos de "chaleira" e "batedeira" ao carro. Apenas em 1985 chegam as primeiras versões com refrigeração a água, o que culmina com a retirada dos modelos a ar no ano seguinte. A partir de então, as vendas da família decolam, tornando-se o carro mais vendido do país, posto que ocupou por mais de 30 anos; destacamos também a versão GTi, esportiva, sonho de consumo dos jovens do final dos anos 1980. Após duas reestilizações, em 1994 chega ao mercado a segunda geração, apelidada de "Gol Bolinha", que representou um salto no design dos carros de entrada do mercado brasileiro e que deu origem à uma reestilização, comercializado a partir de 1999. Ambas não contaram com a produção do Voyage, que apenas voltou com a terceira geração, em 2008; entretanto, a chegada da mesma culminou com o encerramento da produção da Parati. Atualmente, o carro segue na mesma geração, sofrendo reestilização em 2012, e continua dentre os mais vendidos do país. Já foram produzidas mais de 10 milhões de unidades dos 4 modelos da família.

16 - Ford Del Rey

Desejo de muitos na década de 1980, o Del Rey trouxe novo fôlego á Ford nacional. Créditos na foto.

Tipo: Sedã
Tempo de Produção: 1981 a 1991
Local de Origem: São Paulo

Buscando renovar sua linha de produção, a Ford começa a desenvolver, no final da década de 1970, novos modelos baseados em outros da marca já existentes em outras filiais. Surge então o Del Rey, baseado no Granada inglês e no Taunus alemão, buscando ocupar uma categoria acima de seu modelo base nacional, o Corcel. A sua versão topo de linha, chamada de Ouro, vinha equipada com vidros e travas elétricas, relógio digital, rodas de liga leve e outras novidades que poucos carros vendidos no país tinham. Em 1985, sofre reestilização, ganhando a mesma frente do Corcel; com a retirada de linha do mesmo, a perua do Corcel, a Belina, passa a se chamar Del Rey Scala, e a picape Pampa é incorporada à família. Foi substituído em meio à Autolatina pelo Versailles, que entretanto não consegue o mesmo sucesso que seu irmão, o Volkswagen Santana.

17 - Gurgel Carajás

O primeiro SUV pequeno do país, o Carajás agradava tanto a aventureiros quanto a quem buscava um carro para o dia a dia, o que resultou na sua produção por 11 anos consecutivos. Foto: Gurgel.

Tipo: SUV
Tempo de Produção: 1984 a 1995
Local de Origem: Rio Claro

A Gurgel, já tradicional no seguimento de veículos fora-de-estrada, como jipes e bugues, buscava então diversificar sua linha de produtos, lançando veículos utilitários e carros urbanos. Surgiu então a ideia de conciliar os 3 segmentos num mesmo carro: nascia o Carajás, um veículo urbano com características fora-de-estrada, e que poderia ser adaptado como carro de serviço. Maior sucesso da marca, foi também o veículo que permaneceu mais tempo em produção, encerrada junto à falência da mesma.

18 - Gurgel BR-800

Primeiro carro 100% desenvolvido e fabricado no país, fruto da genialidade do engenheiro paulista João Gurgel. Foto: Pinterest.

Tipo: Hatch/Picape
Tempo de Produção: 1988 a 1991
Local de Origem: Rio Claro

Apesar da Gurgel ter iniciado suas atividades fabricando carros fora-de-estrada, desde seus tempos de estudante o seu proprietário e projetista, João Gurgel, tinha o sonho de construir um carro 100% nacional, econômico e acessível para a população. Sua primeira experiência com um carro voltado ao mercado urbano foi com o XEF, ainda com mecânica Volkswagen, no início da década de 1980, o que lhe rendeu experiência suficiente para o início do chamado Projeto CENA (sigla para Carro Econômico Nacional), nome que fora abandonado após uma disputa judicial com o piloto Ayrton Senna. Após mais de 2 anos de desenvolvimento, o BR-800 fora divulgado em setembro de 1987, tendo a produção começado no ano seguinte apenas na versão 280-M, com motor Gurgel Enertron de 800 cilindradas. Inicialmente, estava prevista uma versão 265-M, com motor de 650 cilindradas, que acabou sendo descartada. A importância deste modelo para a indústria paulista vai muito além dele próprio: seu desenvolvimento deu origem a outros modelos, como uma versão BR-800 Pick-Up exclusiva para uso dos Correios, Motomachine, BR-Van, Delta, Supermini e SuperCross, marcas da última fase da empresa.

19 - CBT Javali

Um dos primeiros veículos inteiramente projetados e construídos no país, colocou São Carlos no mapa da indústria automobilística paulista. Foto: revista QuatroRodas.

Tipo: Jipe
Tempo de Produção: 1989 a 1994
Local de Origem: São Carlos

Um dos maiores fabricantes de tratores mundiais, a CBT foi fundada no município de Ibaté, logo depois mudando-se para a vizinha São Carlos. Com o crescimento da empresa, passou a planejar a entrada em novos seguimentos, o que culminou até com o projeto de um avião, em 1982, e da construção do Aeroporto de São Carlos ao lado da fábrica, hoje usada como sede do Museu da TAM e do centro de manutenção da empresa. Em 1989, lança o jipe Javali, com tração nas 4 rodas, compartilhando a mesma mecânica com tratores da empresa, o que trazia alguns defeitos como o barulho e fumaça excessivos, mas um ganho em robustez e confiabilidade. A produção foi encerrada em 1994 após 3 mil unidades, às vésperas da falência da empresa, que ocorreu no ano seguinte.

20 - Volkswagen Logus

Último fruto da chamada Autolatina, teve a produção encerrada com o fim da mesma. Foto: Volkswagen.

Tipo: Sedã
Tempo de Produção: 1993 a 1997
Local de Origem: São Bernardo do Campo/São Paulo

Com as mudanças geopolíticas do mundo e o início da globalização, no final da década de 1980, as dificuldades chegaram às fabricantes de automóveis, que viram a necessidade de mudar sua filosofia de mercado. Surgiu então, no país, a Autolatina, uma joint-venture entre as Volkswagen e Ford nacionais, onde cada uma continuaria com seu nome independente mas compartilhariam modelos e plataformas. A Volkswagen então ofereceu à Ford a linha dos motores AP, e esta por sua vez os motores CHT, resultando nos Ford Versailles e Royale (derivados dos Volkswagen Santana e Quantum), fabricados na linha da montadora alemã, e os Volkswagen Logus e Pointer, feitos na linha do Ipiranga da Ford, todos com motorização trocada entre as empresas. A Autolatina deu origem ainda aos Ford Verona e Volkswagen Apolo, idênticos, e que não fizeram tanto sucesso. A escolha do Logus como representante desta era se deve ao fato de ser o projeto novo mais bem sucedido da parceria, que acabou em 1996, sendo sua produção encerrada no ano seguinte.

Agradecimentos especiais aos membros do grupo Arquivo do Carro Nacional, do Facebook, que ajudaram nas sugestões dos modelos!

Por Thales Veiga.

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