Desde a chegada à cidade, Analândia nos revela vistas surpreendentes e paisagens de tirar o fôlego. Créditos: Thales Veiga/Orgulho de Ser Paulista.
Fora dos principais mapas turísticos pode-se encontrar muitos lugares belíssimos e inexplorados. Um desses casos é Analândia, uma pequena cidade de 4789 habitantes, encrustada na quase desconhecida Serra de Itaqueri. Como várias cidades paulistas, surgiu com o progresso após a chegada da ferrovia, no caso, a E. F. Rio Claro, inaugurada em 1884 ligando Rio Claro a Araraquara. Meses depois, Manoel Vicente Lisboa doou 20 alqueires de terra para a formação da cidade, cuja construção foi iniciada em 20 de outubro de 1887, juntamente com a Igreja de Santa Ana, localizada na praça central.
Assim também como diversos lugarejos de São Paulo, sua construção foi totalmente planejada, sendo o centro da cidade um grande "quadriculado", com ruas retas e quarteirões quadrados, nomeadas com números. No sentido leste-oeste, encontram-se as ruas, numeradas com números em ordem crescente, e no sentido norte-sul, encontram-se as avenidas, numeradas com números ímpares da entrada da cidade à praça central, e da praça central em diante, as avenidas com números ímpares. Tal organização é encontrada em cidades da mesma região como Rio Claro e Itirapina, e outras mais distantes como Barretos.
O grupo escolar, projeto do arquiteto paulista Ramos de Azevedo, em uma das esquinas da praça central. Créditos: Thales Veiga/Orgulho de Ser Paulista.
O próspero povoado foi elevado a distrito de paz em 1890 com o nome de Annapolis, em homenagem à padroeira Santa Ana; seguindo-se o rápido crescimento, provocado pelas riquíssimas lavouras de café da região, tornou-se vila em 1897 e cidade em 1906, desmembrando-se de Rio Claro. Entretanto, quando o café encontrou as terras férteis do norte e oeste de São Paulo, as fazendas dos terrenos acidentados da Serra de Itaqueri tiveram uma queda na produção e "pararam no tempo"; aliado a isto, em 1911 é inaugurada uma segunda ferrovia entre Rio Claro e São Carlos, passando por fora da cidade, e a ainda Annapolis também estagnou. A cidade, que chegou a ter mais de 17 mil habitantes, hoje tem apenas 1/4 disto, devido a fuga de habitantes para outras regiões em busca de emprego. A desativação da ferrovia, em 1966, pôs um ponto final no ciclo econômico cafeeiro de Analândia, o nome atual, que ganhou a partir de 1944.
No mesmo ano de 1966, torna-se uma das estâncias climáticas paulistas, cidades com potencial turístico devido ao clima mais ameno e as preciosidades naturais da região. A partir dos anos 1990, com o crescimento do ecoturismo em Brotas, localizada também na Serra de Itaqueri, Analândia foca seus investimentos e almeja se tornar o mais novo ponto turístico do estado. Nós, da Orgulho de Ser Paulista, fomos conferir de perto todo este potencial.
A Viagem
A Viagem
A calma e a tranquilidade da praça central durante um dia de semana nem remete ao mesmo lugar que no sábado, a noite, abrigou o Festival de Inverno de Analândia, uma típica festa paulista, com comidas típicas e apresentações de grupos locais. Créditos: Thales Veiga/Orgulho de Ser Paulista.
Em nossos 4 dias de estadia na cidade, saímos de lá com as melhores impressões possíveis. A calma e a tranquilidade de Analândia nos preenchem com uma sensação de paz e a ânsia pelo retorno futuro ao local. A proximidade com a natureza nos faz sentir novamente parte dela, e por ser um lugar que "parou no tempo", Analândia conserva ainda algumas características que raramente encontramos em outras cidades.
Além da praça central, com a bela Igreja de Santa Ana e um conjunto arquitetônico eclético paulista, com o grupo escolar, a delegacia de polícia, o coreto e outras construções, destacamos a antiga estação ferroviária, desativada em 1966 e muito bem preservada, e à visita aos principais atrativos naturais como a Cachoeira Salto Major Levi, de fácil acesso, localizada dentro da área urbana, e Cachoeira do Escorrega, local ideal para banho e passeio de boia. O destaque vai também para o Morro do Cuscuzeiro, onde, através de uma caminhada moderada em uma trilha, após cerca de meia hora, atinge-se a base da rocha, de onde os profissionais podem seguir ao topo através da prática de rapel e escalada. De lá, tem-se uma vista panorâmica da cidade, com um pôr do sol de tirar o fôlego. No mesmo local há outras opções de diversão, como tirolesa e tiro ao alvo, além de um bom restaurante para almoço e áreas de camping.
Para os apaixonados por ecoturismo, além dos atrativos citados, há uma estimativa de existirem cerca de 100 cachoeiras apenas no município, além de outros monumentos naturais como o Morro do Camelo, vizinho ao Cuscuzeiro, o Cânion Bocaina e a Gruta do Índio, onde em seu interior existem pinturas rupestres feitas por povos pré-históricos. Há ainda, na região, algumas antigas fazendas de café, algumas hoje em ruínas, que estão para o povo paulista como os castelos estão para a Europa, guardadas as devidas proporções, presentes da mesma forma em nossa formação cultural e social.
Recomendamos também a pousada Villa Donnanna, onde fomos muito bem acolhidos, e a cachaçaria Macaúva, uma das referências do estado em drinks e cachaças, com carta elaborada pelo próprio proprietário, Milton Lima, e tendo como cliente o chefe Henrique Fogaça, que também assina um prato do cardápio. A noite, recomendamos os deliciosos lanches e sucos naturais da praça central, com destaque aos pastéis, com sabores não tão comuns - todos excelentes. No sábado, ainda foi possível curtir o Festival de Inverno da cidade, uma típica festa do interior paulista, com comidas típicas, um ótimo quentão, venda de artesanato e apresentação de bandas e artistas da região. É possível ainda separar um período para visitar outras cidades próximas, como Itirapina, Pirassununga e Santa Rita do Passa Quatro, todas possuindo também belíssimos aspectos naturais... Mas esta é uma história para a próxima postagem!
Confira mais algumas fotos:
São Paulo é, sem dúvida, um lugar que nos surpreende em cada rincão e nos encanta mais e mais, nos fazendo cada vez mais ter Orgulho de Ser Paulista. Viaje por seu estado, conheça Analândia e surpreenda-se com uma pequena e bela cidade paulista!
Agradecimentos especiais: Pousada Villa Donnanna e Verzola Photo Studio.
Por Thales Veiga.
Além da praça central, com a bela Igreja de Santa Ana e um conjunto arquitetônico eclético paulista, com o grupo escolar, a delegacia de polícia, o coreto e outras construções, destacamos a antiga estação ferroviária, desativada em 1966 e muito bem preservada, e à visita aos principais atrativos naturais como a Cachoeira Salto Major Levi, de fácil acesso, localizada dentro da área urbana, e Cachoeira do Escorrega, local ideal para banho e passeio de boia. O destaque vai também para o Morro do Cuscuzeiro, onde, através de uma caminhada moderada em uma trilha, após cerca de meia hora, atinge-se a base da rocha, de onde os profissionais podem seguir ao topo através da prática de rapel e escalada. De lá, tem-se uma vista panorâmica da cidade, com um pôr do sol de tirar o fôlego. No mesmo local há outras opções de diversão, como tirolesa e tiro ao alvo, além de um bom restaurante para almoço e áreas de camping.
Outrora movimentada, a antiga estação ferroviária, que abrigou passageiros das empresas E. F. Rio Claro e Cia. Paulista de E. F., hoje é um museu particular, e ainda exibe em suas paredes o nome original da cidade: Annapolis. Créditos: Thales Veiga/Orgulho de Ser Paulista.
A simpática Igreja de Santa Ana abriga em suas paredes uma história que se confunde com a história da própria cidade. Créditos: Thales Veiga/Orgulho de Ser Paulista.
Para os apaixonados por ecoturismo, além dos atrativos citados, há uma estimativa de existirem cerca de 100 cachoeiras apenas no município, além de outros monumentos naturais como o Morro do Camelo, vizinho ao Cuscuzeiro, o Cânion Bocaina e a Gruta do Índio, onde em seu interior existem pinturas rupestres feitas por povos pré-históricos. Há ainda, na região, algumas antigas fazendas de café, algumas hoje em ruínas, que estão para o povo paulista como os castelos estão para a Europa, guardadas as devidas proporções, presentes da mesma forma em nossa formação cultural e social.
Recomendamos também a pousada Villa Donnanna, onde fomos muito bem acolhidos, e a cachaçaria Macaúva, uma das referências do estado em drinks e cachaças, com carta elaborada pelo próprio proprietário, Milton Lima, e tendo como cliente o chefe Henrique Fogaça, que também assina um prato do cardápio. A noite, recomendamos os deliciosos lanches e sucos naturais da praça central, com destaque aos pastéis, com sabores não tão comuns - todos excelentes. No sábado, ainda foi possível curtir o Festival de Inverno da cidade, uma típica festa do interior paulista, com comidas típicas, um ótimo quentão, venda de artesanato e apresentação de bandas e artistas da região. É possível ainda separar um período para visitar outras cidades próximas, como Itirapina, Pirassununga e Santa Rita do Passa Quatro, todas possuindo também belíssimos aspectos naturais... Mas esta é uma história para a próxima postagem!
Confira mais algumas fotos:
A Cachoeira Salto Major Levi, localizada dentro da cidade, onde há um bar-restaurante onde é possível sentar à beira do rio e aprecia a belíssima paisagem. Créditos: Thales Veiga/Orgulho de Ser Paulista.
Alguns metros à frente da Major Levi, encontramos uma pequena gruta na beira de um riacho, num dos lugares mais bonitos que já tivemos. Créditos: Thales Veiga/Orgulho de Ser Paulista.
A Cachoeira do Escorrega, onde, como o nome diz, é ideal para a prática de boia-cross no rio, e, com cuidado, um bom banho de cachoeira - como fizemos. Créditos: Thales Veiga/Orgulho de Ser Paulista.
Do restaurante da Cachoeira do Escorrega, tem-se uma vista sem igual da paisagem da Serra de Itaqueri, com o icônico Morro do Cuscuzeiro ao fundo. Créditos: Thales Veiga/Orgulho de Ser Paulista.
Vista do Canion da Bocaina, localizado atrás da cidade e acessível apenas com guias. Créditos: Magali Viajante.
Para esquentar a noite fria de 22 de julho, o Festival de Inverno de Analândia, uma típica festa da Cultura Paulista. Créditos: Thales Veiga/Orgulho de Ser Paulista.
Local da abertura da novela "A Força do Querer", da TV globo, o belíssimo caminho para a trilha que sobe o Morro do Cuscuzeiro: uma paisagem sem precedentes, e literalmente, de novela. Créditos: Thales Veiga/Orgulho de Ser Paulista.
Próximo da hora do pôr do Sol, uma vista aérea da cidade, vista do topo da trilha do Morro do Cuscuzeiro. Créditos: Thales Veiga/Orgulho de Ser Paulista.
Agradecimentos especiais: Pousada Villa Donnanna e Verzola Photo Studio.
Por Thales Veiga.
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