quarta-feira, 5 de abril de 2017

20 Automóveis Paulistas Que Fizeram História

Assim como em muitos outros segmentos da economia, a indústria automobilística paulista sempre foi líder de produção nacional, e é desde 1960 referência mundial, abrigando o quarto salão do automóvel mais importante do planeta. Abaixo, relembraremos 20 modelos desenvolvidos e produzidos em São Paulo e que marcaram, de alguma forma, a história:

1 - Willys Aero

O Aero em sua segunda geração, com design mais angulado e frente da Rural. Foto: Wikipedia Commons.

Tipo: Sedã
Tempo de Produção: 1960 a 1971
Local de Origem: São Bernardo do Campo

A Willys, fabricante americana do famoso Jeep, extensivamente usado durante a Segunda Guerra Mundial, instalou sua fábrica em São Paulo em 1954. Com a parceria com a Renault, iniciou a produção do pequeno Dauphine, e iniciou o desenvolvimento de um projeto para um sedã maior, reaproveitando um antigo projeto da matriz norteamericana. O Aero, lançado em 1960, herdava a carroceria do projeto original com a motorização do jipe. No ano de 1962, surgiu a versão 2600, reestilizada, com linhas mais retas e desenho moderno, sendo o primeiro carro inteiramente concebido na América Latina. Com o sucesso, surgiu em 1966 a versão de luxo Itamaraty, apelidada de "Palácio Sobre Rodas" e também uma versão em limonsine, a única fabricada em série no país. Em 1968, com a compra da Willys nacional pela Ford, o fim do modelo se aproximou, tendo sua produção encerrada em 1971 em favor ao Ford Galaxie.

2 - Willys Interlagos

O pequeno gigante: o Interlagos fazia de 0 a 100 km/h em apenas 14 segundos e atingia 160 km/h.

Tipo: Coupê/Fastback/Conversível
Tempo de Produção: 1961 a 1966
Local de Origem: São Bernardo do Campo/São Paulo

No Salão do  Automóvel de São Paulo de 1961, o segundo realizado, havia um modelo que chamava a atenção de curiosos: um pequeno esportivo, de apenas 1,43 m de altura, batizado de Interlagos. O modelo, fabricado sob encomenda pela Willys nacional, era na verdade uma versão do Renault A108 francês, adaptado para as ruas paulistas. O Interlagos, nome dado em homenagem ao famoso autódromo paulistano, marcou a história ao ser o primeiro esportivo nacional, e trouxe, junto à carroceria berlineta do modelo original francês, duas novidades exclusivamente paulistas: opções conversíveis e fastback (com a traseira um pouco mais avantajada), motivo pelo qual o carro entra em nossa lista. Além disso, ainda dominou todas as corridas automobilísticas da América do Sul durante a primeira metade da década, vencendo, entre outras, os 500 Quilômetros de Interlagos e as 200 Milhas de Montevideo. Após 822 unidades produzidas, saiu de linha em 1966.

3 - IBAP Democrata

O que poderia vir a se tornar um ícone automobilístico mundial, o Democrata sucumbiu em meio a histórias controvérsias e foi esquecido no tempo. Foto: Blog do Serrot.

Tipo: Coupê
Tempo de Produção: 1963 a 1967
Local de Origem: São Bernardo do Campo

Em 1963, o empresário Nelson Fernandes abre a IBAP, com o objetivo de produzir o Democrata, um carro com linhas extremamente arrojadas para a época e à frente de seu tempo. Trazia, como uma das novidades que mais chamavam atenção, a presença de faróis retangulares. Com carroceria de plástico reforçado com fibra de vidro e motorização italiana (o único componente não-nacional), logo atraiu a atenção de consumidores, que poderiam adquirir o automóvel mediante a compra de ações da empresa. Entretanto, tem início aí uma história bastante controversa, na qual a IBAP é acusada de golpe nos consumidores e acaba fechando as portas pouco tempo depois; já para outros, tratou-se de um lobby das demais montadoras para impedir o surgimento de um carro genuinamente nacional e capaz de desbancar diversos outros modelos. Ao que consta, apenas 5 unidades ficaram totalmente prontas, das quais 3 ainda existem, além de cerca de 30 carrocerias inacabadas, que ficaram durante mais de 25 anos abandonadas no terreno da empresa e hoje estão sendo recuperadas, incluindo um protótipo de 4 portas.

4 - Puma GT

O esportivo de linhas arrojadas foi o maior ícone da fabricante paulista - que produziu até caminhões e ônibus.

Tipo: Coupê
Tempo de Produção: 1964 a 1987
Local de Origem: Matão/São Paulo

O projetista Rino Malzoni já havia tido experiências anteriores com carros esportivos montados em plataformas de veículos de passeio com carroceria em fibra de vidro quando foi decidido fabricar em série o projeto. Surgia, em 1964, o Malzoni GT, que com mudanças estéticas veio a se tornar o Puma GT (1966), GTE (1970) e GTI (1981); também deu origem a versões conversíveis, como o GTE Spyder, rebatizado como GTS em 1973 e GTC em 1981, após reestilizações. O carro, que inicialmente usava mecânica DKW e posteriormente a "boxer" da Volkswagen (que já equipava há muitos anos carros a ar como o Fusca), foi idealizado em Matão e fabricado em São Paulo capital ao longo de duas décadas, sendo o primeiro modelo e maior sucesso da Puma, o que abriu as portas para a pequena fabricante alçar novos voos e introduzir no mercado diversos outros produtos, incluindo ônibus e caminhões. Ao todo, foram produzidas cerca de 19 mil unidades de 1964 a 1987 contabilizando os 7 modelos fabricados, ano de encerramento da fabricação do GTI. 

5 - Vemag Fissore

A aposta da Vemag em oferecer um carro de luxo numa carroceria enxuta e prática rendeu a fabricação de mais de 2 mil unidades. Créditos na foto.

Tipo: Sedã
Tempo de Produção: 1964 a 1967
Local de Origem: São Paulo

Em 1945, era fundada a Vemag (Veículos e Máquinas Agrícolas), que montava automóveis Studebacker. Mais tarde, passou também a montar caminhões da Scania-Vabis e os famosos tratores Ferguson, o que trouxe um conhecimento de fabricação à empresa. Em 1956, utilizando a linha de crédito do GEIA, inaugura sua linha de montagem, fabricando sob licensa modelos da alemã DKW. Em 1961, decide entrar no mercado de veículos de luxo, desenvolvendo um projeto próprio, com carroceria projetada sob encomenda pela Fissore italiana e motorização nacional, que fora aperfeiçoado e lançado no Salão do Automóvel de 1964. Após a compra da empresa pela Volkswagen, em 1967, a produção do Fissore é encerrada, totalizando 2638 unidades produzidas no bairro do Ipiranga.

6 - Chevrolet Veraneio

A "banheirona", intensivamente usada pela Força Pública Paulista/ROTA e que empunha respeito, era também um veículo voltado para a família, avô dos atuais SUVs. Foto: AutoGaragem.

Tipo: SUV
Tempo de Produção: 1964 a 1994
Local de Origem: São Caetano do Sul

Desenvolvido em 1964 inspirado na americana Suburban, a então C-1416 veio ao país para cobrir um seguimento pouco explorado: as hoje chamadas de SUVs, carros com grandes e voltados tanto para fora-de-estrada quanto para o cenário urbano. Rebatizada em 1969 como Veraneio, passou a ser intensivamente usada pelas polícias, com destaque para a ROTA, e também como ambulância, dada sua robustez e agilidade. A carroceria original ficou em produção por 25 anos, quando foi substituída por uma nova, acompanhando o design das picapes A-20/C-20/D-20, quando em 1994 teve definitivamente a produção encerrada, substituída pela Blazer.

7 - Brasinca 4200 GT

Uirapuru, um dos melhores esportivos fabricados em São Paulo, mas que teve curta duração. Foto: Maxicar.

Tipo: Berlineta/Conversível/Perua
Tempo de Produção: 1965 a 1967
Local de Origem: São Caetano do Sul/São Paulo

A Brasinca, indústria que fazia carrocerias para a FNM, decidiu investir no desenvolvimento de um esportivo, projetado por Rigoberto Soler e Ângelo Gonçalves, utilizando carroceria moldada a mão e motor de caminhão Chevrolet, lançado no Salão do Automóvel de 1964. No seu segundo ano de produção, passou a ser feito pela STV (Sociedade Técnica de Veículos), da capital paulista, que introduziu algumas modificações e o rebatizou como Uirapuru. Ao todo, foram construídas 76 unidades, sendo 3 conversíveis e um protótipo de perua, chamada Gavião, pertencente à Polícia Rodoviária Estadual e tendo aparecido no seriado de TV "Vigilante Rodoviário".

8 - Simca Esplanada

A Simca, famosa pelo Chambord, tentou inovar com a criação do Esplanada - mas o carro acabou por morrer precocemente junto com o encerramento da filial paulista da marca francesa. Foto: The Truth About Cars.

Tipo: Sedã
Tempo de Produção: 1966 a 1969
Local de Origem: São Bernardo do Campo

A fabricante francesa Simca abriu sua filial paulista em 1958 e ficou famosa pela fabricação do Chambord, mais tarde remotorizado na versão Tufão. Entretanto, a marca não conseguiu se afirmar totalmente no país. Surgia então a ideia de desenvolver um projeto próprio, com objetivo de substituir o defasado Chambord que perdia mercado dia a dia para o Willys Aero e prestes a ter um novo concorrente, o Ford Galaxie. O sedã de luxo, batizado de Esplanada, foi apresentado no Salão do Automóvel em novembro de 1966; entretanto, dias depois, a Chrysler, proprietária da Simca francesa, assume o controle da Simca do Brasil, aumentando os rumores do encerramento da produção do modelo. Aos trancos e barrancos, o carro acabou sendo produzido até 1969, após receber uma série de melhorias pela empresa americana.

9 - Vemag Carcará

O disco voador das pistas, Carcará estabeleceu recorde de velocidade até hoje não superado.

Tipo: Coupê
Tempo de Produção: 1966
Local de Origem: São Paulo

Um carro único, não só por ter sido produzida apenas uma unidade, e sim também pelo design extremamente arrojado e muito além de sua época. Assim podemos descrever o Carcará, desenvolvido pela paulista Vemag (Veículos e Máquinas Agrícolas), famosa pela produção de modelos baseados nos DKW alemães. Em 29 de junho de 1966, em testes, o veículo atingiu a marca de 212 km/h, estabelecendo o recorde de velocidade para carros 1.0, até hoje não superado. Recentemente, foram fabricadas mais duas unidades por admiradores, batizadas de Carcará II, uma das quais ilustra nosso artigo.

10 - Ford Corcel

Mais vendido que a primeira geração, o Corcel II marcou época como veículo médio da montadora americana no país. Foto: Ford.

Tipo: Sedã
Tempo de Produção: 1968 a 1986
Local de Origem: São Paulo

Quando a Willys paulista fora adquirida pela Ford, em 1967, estava sendo desenvolvido um projeto para um sedã médio, buscando concorrer com o Volkswagen TL. Muito mais avançado tecnologicamente que seu concorrente direto, o Corcel logo caiu no gosto do público. Permaneceu em produção por 10 anos com reestilizações leves, até a chegada do chamado "Corcel II" em fins de 1977, buscando concorrer com o Dodge Polara e o Volkswagen Passat, que tinham desempenho semelhante porém perdiam em economia, o que resultou em um novo sucesso emplacado pela Ford e garantiu a produção do modelo por mais 9 anos. Vendido com versões de 2 ou 4 portas, também deu origem à perua Belina e à picape Pampa, a qual permaneceu em produção até 1997.

11 - Chevrolet Opala


A versão esportiva, SS, trouxe ao mercado brasileiro um legítimo "muscle car" americano.

Tipo: Coupê/Sedã
Tempo de Produção: 1968 a 1992
Local de Origem: São Caetano do Sul

Apresentado no VI Salão do Automóvel, em 1968, o Opala aliava o design dos muscle cars americanos com a motorização do Impala, tornando-se rapidamente o centro das atenções dado o conforto e potência, concorrente do Ford Maverick, importado no mesmo ano. Entretanto, a Chevrolet paulista foi mais além, ao colocar na carroceria com design esportivo versões com 2 e 4 portas, de luxo (Comodoro e Diplomata) e a perua Caravan, fabricada a partir de 1975. Ao longo dos seus 24 anos de produção, a Chevrolet manteve a mesma carroceria, que sofreu sucessivas reestilizações afim de manter o modelo no mercado e dando fôlego nas vendas. Ao lado de seu rival Maverick, o Opala se tornou um dos ícones automobilísticos nacionais.

12 - Volkswagen Brasília

A icônica Brasília, eternizada duas décadas mais tarde na música dos Mamonas Assassinas.

Tipo: Hatch
Tempo de Produção: 1973 a 1982
Local de Origem: São Bernardo do Campo

Inspirada no desenvolvimento dos modelos SP, os primeiros nacionais, desenvolvidos pela filial paulista, a Volkswagen decide investir num carro que viesse a ser uma versão nacional do Fusca, utilizando a mesma plataforma porém com um design mais moderno, já que o sedã alemão já tinha quase 4 décadas de existência. Surgia então em 1973 a Brasília, equipada com o famoso motor boxer 1600, com linhas que remetiam à Variant, apenas um mês depois do lançamento de seu maior concorrente, o Chevrolet Chevette. Ao longo de seus 9 anos de produção, foi feita nas versões 2 e 4 portas, e deu origem a uma perua, a Variant II, contabilizando mais de 1 milhão de unidades produzidas tanto para o mercado nacional quanto para o estrangeiro. Já cansada, a Brasília perdeu seu espaço com a chegada do moderno Gol e foi retirada de linha em 1982.

13 - Gurgel Itaipu

O design curioso e angulado marcou o primeiro carro elétrico fabricado na América Latina, mais um fruto da genialidade de João Gurgel.

Tipo: Hatch
Tempo de Produção: 1973 a 1975
Local de Origem: Rio Claro

Um dos primeiros filhos da nova fábrica de Rio Claro, o Itaipu pegou carona na inauguração da usina hidroelétrica de mesmo nome, no imaginário da abundância de energia em tempos de racionamento. O pequeno carro pesava apenas 780 quilos, sendo 320 deles das baterias, e atingia uma velocidade máxima de 50 km/h. Apresentado no Salão do Automóvel de 1974, foi o primeiro carro elétrico produzido na América Latina, apesar de terem sido produzidos apenas 20 unidades. Para eles, foram instaladas na Praça Central, em Rio Claro, postos de recarga das baterias, o que demorava cerca de 8 horas e garantia uma autonomia de 60 a 80 km. Entretanto, o projeto deu origem ao também elétrico E-400, este sim fabricado em série, versão elétrica do furgão G-800 e vendidos a empresas estatais. 

14 - Bianco S

Bianco S: carro chefe da empresa, o esportivo de linhas arrojadas teve vida curta por conta de uma divergência entre os sócios. Créditos na foto.

Tipo: Coupê
Tempo de Produção: 1976 a 1979
Local de Origem: Diadema

O futuro parecia promissor quando Toni Bianco lançou o modelo S, no Salão do Automóvel de 1976, como primeiro produto de sua empresa, tendo vendido 180 unidades durante o evento. Com uma produção de 20 carros por mês, o S abriu espaço para o lançamento de sua versão mais avançada, o SS, em 1978, e o Tarpan, lançado em New York no mesmo ano. Entretanto, a fábrica de Diadema teve vida curta, após uma divergência entre os sócios causar o fechamento precoce da empresa, em 1979.

15 - Volkswagen Gol

Foi difícil escolher uma foto para ilustrá-lo, já que todas as suas gerações marcaram época, mas optamos pelo "Quadrado" de primeira geração.

Tipo: Hatch 
Tempo de Produção: 1980 a atualmente
Local de Origem: São Bernardo do Campo/Taubaté

Criado em meio as incertezas de criar um projeto nacional para aposentar o Fusca e após dois fracassos de vendas da matriz paulista (SP e TL), o Projeto BX começou a ser desenvolvido no final da década de 1970 seguindo o design "quadrado", impulsionado por Giorgio Giulliaro, criador de diversos ícones como o Fiat Uno e os Volkswagen Golf e Passat, e foi batizado seguindo a tendência mundial da marca de nomear seus modelos com palavras relacionadas ao esporte, escolhido então Gol, nome simples e alusivo à modalidade mais popular do país. O projeto não só contou com o hatch, mas deu origem a uma família com sedã (Voyage), perua (Parati) e picape (Saveiro). No primeiro ano de vendas, desenhava-se um novo fracasso da fábrica paulista, já que a motorização a ar herdada do Fusca tinha um baixo desempenho e um barulho que rendeu os apelidos de "chaleira" e "batedeira" ao carro. Apenas em 1985 chegam as primeiras versões com refrigeração a água, o que culmina com a retirada dos modelos a ar no ano seguinte. A partir de então, as vendas da família decolam, tornando-se o carro mais vendido do país, posto que ocupou por mais de 30 anos; destacamos também a versão GTi, esportiva, sonho de consumo dos jovens do final dos anos 1980. Após duas reestilizações, em 1994 chega ao mercado a segunda geração, apelidada de "Gol Bolinha", que representou um salto no design dos carros de entrada do mercado brasileiro e que deu origem à uma reestilização, comercializado a partir de 1999. Ambas não contaram com a produção do Voyage, que apenas voltou com a terceira geração, em 2008; entretanto, a chegada da mesma culminou com o encerramento da produção da Parati. Atualmente, o carro segue na mesma geração, sofrendo reestilização em 2012, e continua dentre os mais vendidos do país. Já foram produzidas mais de 10 milhões de unidades dos 4 modelos da família.

16 - Ford Del Rey

Desejo de muitos na década de 1980, o Del Rey trouxe novo fôlego á Ford nacional. Créditos na foto.

Tipo: Sedã
Tempo de Produção: 1981 a 1991
Local de Origem: São Paulo

Buscando renovar sua linha de produção, a Ford começa a desenvolver, no final da década de 1970, novos modelos baseados em outros da marca já existentes em outras filiais. Surge então o Del Rey, baseado no Granada inglês e no Taunus alemão, buscando ocupar uma categoria acima de seu modelo base nacional, o Corcel. A sua versão topo de linha, chamada de Ouro, vinha equipada com vidros e travas elétricas, relógio digital, rodas de liga leve e outras novidades que poucos carros vendidos no país tinham. Em 1985, sofre reestilização, ganhando a mesma frente do Corcel; com a retirada de linha do mesmo, a perua do Corcel, a Belina, passa a se chamar Del Rey Scala, e a picape Pampa é incorporada à família. Foi substituído em meio à Autolatina pelo Versailles, que entretanto não consegue o mesmo sucesso que seu irmão, o Volkswagen Santana.

17 - Gurgel Carajás

O primeiro SUV pequeno do país, o Carajás agradava tanto a aventureiros quanto a quem buscava um carro para o dia a dia, o que resultou na sua produção por 11 anos consecutivos. Foto: Gurgel.

Tipo: SUV
Tempo de Produção: 1984 a 1995
Local de Origem: Rio Claro

A Gurgel, já tradicional no seguimento de veículos fora-de-estrada, como jipes e bugues, buscava então diversificar sua linha de produtos, lançando veículos utilitários e carros urbanos. Surgiu então a ideia de conciliar os 3 segmentos num mesmo carro: nascia o Carajás, um veículo urbano com características fora-de-estrada, e que poderia ser adaptado como carro de serviço. Maior sucesso da marca, foi também o veículo que permaneceu mais tempo em produção, encerrada junto à falência da mesma.

18 - Gurgel BR-800

Primeiro carro 100% desenvolvido e fabricado no país, fruto da genialidade do engenheiro paulista João Gurgel. Foto: Pinterest.

Tipo: Hatch/Picape
Tempo de Produção: 1988 a 1991
Local de Origem: Rio Claro

Apesar da Gurgel ter iniciado suas atividades fabricando carros fora-de-estrada, desde seus tempos de estudante o seu proprietário e projetista, João Gurgel, tinha o sonho de construir um carro 100% nacional, econômico e acessível para a população. Sua primeira experiência com um carro voltado ao mercado urbano foi com o XEF, ainda com mecânica Volkswagen, no início da década de 1980, o que lhe rendeu experiência suficiente para o início do chamado Projeto CENA (sigla para Carro Econômico Nacional), nome que fora abandonado após uma disputa judicial com o piloto Ayrton Senna. Após mais de 2 anos de desenvolvimento, o BR-800 fora divulgado em setembro de 1987, tendo a produção começado no ano seguinte apenas na versão 280-M, com motor Gurgel Enertron de 800 cilindradas. Inicialmente, estava prevista uma versão 265-M, com motor de 650 cilindradas, que acabou sendo descartada. A importância deste modelo para a indústria paulista vai muito além dele próprio: seu desenvolvimento deu origem a outros modelos, como uma versão BR-800 Pick-Up exclusiva para uso dos Correios, Motomachine, BR-Van, Delta, Supermini e SuperCross, marcas da última fase da empresa.

19 - CBT Javali

Um dos primeiros veículos inteiramente projetados e construídos no país, colocou São Carlos no mapa da indústria automobilística paulista. Foto: revista QuatroRodas.

Tipo: Jipe
Tempo de Produção: 1989 a 1994
Local de Origem: São Carlos

Um dos maiores fabricantes de tratores mundiais, a CBT foi fundada no município de Ibaté, logo depois mudando-se para a vizinha São Carlos. Com o crescimento da empresa, passou a planejar a entrada em novos seguimentos, o que culminou até com o projeto de um avião, em 1982, e da construção do Aeroporto de São Carlos ao lado da fábrica, hoje usada como sede do Museu da TAM e do centro de manutenção da empresa. Em 1989, lança o jipe Javali, com tração nas 4 rodas, compartilhando a mesma mecânica com tratores da empresa, o que trazia alguns defeitos como o barulho e fumaça excessivos, mas um ganho em robustez e confiabilidade. A produção foi encerrada em 1994 após 3 mil unidades, às vésperas da falência da empresa, que ocorreu no ano seguinte.

20 - Volkswagen Logus

Último fruto da chamada Autolatina, teve a produção encerrada com o fim da mesma. Foto: Volkswagen.

Tipo: Sedã
Tempo de Produção: 1993 a 1997
Local de Origem: São Bernardo do Campo/São Paulo

Com as mudanças geopolíticas do mundo e o início da globalização, no final da década de 1980, as dificuldades chegaram às fabricantes de automóveis, que viram a necessidade de mudar sua filosofia de mercado. Surgiu então, no país, a Autolatina, uma joint-venture entre as Volkswagen e Ford nacionais, onde cada uma continuaria com seu nome independente mas compartilhariam modelos e plataformas. A Volkswagen então ofereceu à Ford a linha dos motores AP, e esta por sua vez os motores CHT, resultando nos Ford Versailles e Royale (derivados dos Volkswagen Santana e Quantum), fabricados na linha da montadora alemã, e os Volkswagen Logus e Pointer, feitos na linha do Ipiranga da Ford, todos com motorização trocada entre as empresas. A Autolatina deu origem ainda aos Ford Verona e Volkswagen Apolo, idênticos, e que não fizeram tanto sucesso. A escolha do Logus como representante desta era se deve ao fato de ser o projeto novo mais bem sucedido da parceria, que acabou em 1996, sendo sua produção encerrada no ano seguinte.

Agradecimentos especiais aos membros do grupo Arquivo do Carro Nacional, do Facebook, que ajudaram nas sugestões dos modelos!

Por Thales Veiga.

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17 comentários:

  1. Cabe ressaltar, que o Logus, foi o maior fiasco da história da VW.

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    1. Não mais que o Apollo! - Thales Veiga

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    2. Tenho que discordar de você LuiZ, foi um dos melhores carros fabricados na época, estabilidade acima da média, baixo consumo, mecânica de baixo custo e muitas outras vantagens,tenho um 1993 gls até hoje, nunca foi para a oficina por problemas mecânicos, foi uma pena terem interrompido sua produção.

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    3. Tenho que discordar de você LuiZ, foi um dos melhores carros fabricados na época, estabilidade acima da média, baixo consumo, mecânica de baixo custo e muitas outras vantagens,tenho um 1993 gls até hoje, nunca foi para a oficina por problemas mecânicos, foi uma pena terem interrompido sua produção.

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  2. Respostas
    1. Não colocamos o SP por já termos feito artigo individual sobre ele em outra oportunidade! - Thales Veiga

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  3. O Chevrolet Opala era o Opel Rekord alemão equipado com o motor de caminhão da GM (3800), sua única inspiração nos muscle cara americanos ficaram por conta das faixas nos modelos SS

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  4. Eu quero um carro multimarcas sp. Parabéns pelas dicas mega importante!!

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  5. excelente blog para donos de loja de carro seminovo em sp e curti bastante, recomendo a todos

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  6. Achei o que precisava para a minha loja de carro zona norte SP, vou visitar bastante esse blog, muito bacana o post

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